Desde o início da tarde de hoje, uma multidão vestida de azul e branco começou a concentrar-se nas imediações do Estádio do Dragão, empunhando bandeiras e cartazes com mensagens de agradecimento a Pinto da Costa. A claque entoava cânticos em honra do dirigente que liderou o clube portuense durante mais de quatro décadas.
Obrigado, Presidente eterno, lia-se em algumas das faixas erguidas pelos adeptos, que, durante vários minutos, acenderam tochas e ergueram cachecóis em silêncio, numa homenagem emocional ao homem que se tornou uma figura icónica do FC Porto. Uma salva de palmas rompeu o silêncio, recordando o legado de um líder que dedicou a sua vida ao clube.
Um visionário que transformou o FC Porto
Ele não foi apenas um presidente, foi um visionário que transformou o FC Porto num dos clubes mais respeitados do mundo, afirmou João Ribeiro, adepto de 42 anos. Mariana Verdez, sócia desde que nasceu, há 45 anos, não conteve as lágrimas pela morte daquele que considerava um amigo, apesar de nunca o ter conhecido pessoalmente.
Mesmo alguns adeptos que nos últimos tempos se sentiram desiludidos com a postura de Pinto da Costa reconheceram que foram mais as coisas boas que nos deu, do que desilusões. O ambiente refletiu o impacto que o histórico presidente teve no clube e na vida de gerações de adeptos, que o viam como uma figura de referência e orgulho.
O arquiteto do clube
Ele não foi só o presidente, foi o arquiteto do nosso clube, disse João Ribeiro, enquanto olhava para o estádio, agora vazio, mas cheio de memórias da era de Pinto da Costa.
Jorge Nuno Pinto da Costa, que morreu no sábado aos 87 anos, vítima de cancro, exerceu funções como presidente do FC Porto durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, liderando o clube à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades, incluindo 69 no futebol sénior masculino, dos quais 7 internacionais. O funeral do antigo dirigente 'azul e branco' vai realizar-se na segunda-feira, após o velório que começa hoje à tarde.