Multidão enche Estádio do Dragão para dizer adeus ao presidente eterno
Milhares de adeptos do FC Porto reuniram-se no sábado junto ao Estádio do Dragão, no Porto, para prestar uma homenagem emotiva a Jorge Nuno Pinto da Costa, o histórico presidente do clube que morreu aos 87 anos, vítima de cancro.
Desde o início da tarde, a multidão começou a concentrar-se nas imediações do estádio, vestida de azul e branco, empunhando bandeiras e cartazes com mensagens de agradecimento, enquanto a claque entoava cânticos em honra de Pinto da Costa. «Obrigado, Presidente eterno», lia-se em algumas das faixas erguidas pelos adeptos, que, durante vários minutos, acenderam tochas e ergueram cachecóis em silêncio, em homenagem ao dirigente que liderou o clube portuense durante mais de quatro décadas.
«Ele não foi apenas um presidente, foi um visionário»
A romper o silêncio, uma salva de palmas recordou o legado de um homem que dedicou a sua vida ao clube. Lágrimas e sorrisos encontraram-se, revelando a profunda ligação entre o FC Porto e Pinto da Costa. «Ele não foi apenas um presidente, foi um visionário que transformou o FC Porto num dos clubes mais respeitados do mundo», afirmou João Ribeiro, adepto de 42 anos.
Mariana Verdez, sócia desde que nasceu, há 45 anos, não conteve as lágrimas pela morte daquele que considerava «um amigo». «Nunca o conheci pessoalmente mas considerava-o amigo. Porque os amigos fazem-nos bem e as maiores alegrias que tive até hoje foram com o FC Porto. E o comandante deste leme foi ele», recordou.
«Foram mais as coisas boas que nos deu, do que desilusões»
Numa altura em que a multidão já ocupava uma zona central do Estádio do Dragão, Manuel Carreiros, do outro lado da rua, preferiu manter-se à parte para assistir ao momento. «Nestes últimos tempos fiquei desiludido com a postura de Jorge Nuno Pinto da Costa. Mas neste momento não consigo pensar nele com mágoa. A bem da verdade, foram mais as coisas boas que nos deu, do que desilusões. E é isso que tem que ficar», disse, emocionado.
Um legado imortal
O ambiente refletiu o impacto que Pinto da Costa teve no clube, e também na vida de gerações de adeptos que o viam não apenas como líder, mas como uma figura de referência e orgulho. As lágrimas e os aplausos, a música e os cânticos, foram o retrato de uma despedida que se transformou numa celebração de um legado imortal. «Ele não foi só o presidente, foi o arquiteto do nosso clube», afirmou João Ribeiro.
Jorge Nuno Pinto da Costa, que se estabeleceu como o dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, morreu no sábado aos 87 anos, após ter sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021. O ex-presidente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades, incluindo 69 no futebol sénior masculino, dos quais sete internacionais.