Dificuldades em criar laços com o plantel
A tarefa de Rúben Amorim no Manchester United tem-se revelado mais desafiante do que o esperado. Para além das condicionantes relacionadas com a qualidade do plantel, lesões e jogadores com perfis pouco adequados ao sistema tático que trouxe do Sporting, o técnico português ainda não conseguiu envolver todo o grupo.
Segundo a imprensa inglesa, Amorim tem optado por manter um certo distanciamento em relação aos jogadores, contrastando com a maior proximidade promovida pelo seu antecessor, Erik ten Hag. Esta diferença na abordagem também se nota face à forma como o treinador se relacionava com o plantel durante a sua passagem pelos leões.
Falta de tempo para criar laços
O facto de ter chegado a meio da temporada é apontado como o principal motivo para esta dificuldade em criar laços. «A pré-época é essencial para criar laços, são três semanas em que dá para conhecer os jogadores de maneira diferente e não dentro do stresse de uma preparação de jogos com pouco tempo de intervalo entre eles. Não há tempo para criar esses laços, que são o principal segredo para vencer», admitiu recentemente Rúben Amorim.
Apenas os compatriotas Diogo Dalot e Bruno Fernandes parecem ter uma maior proximidade com o treinador português.
Revolução no plantel
Mas este distanciamento poderá também estar relacionado com a revolução que Amorim terá de promover no plantel no próximo verão. Não fará sentido criar muitos laços com jogadores que não entram nos seus planos futuros. E para que alguns cheguem, muitos terão de sair, de forma a cumprir as regras do fair play financeiro da Premier League. «É muito simples: para conseguirmos fazer alguma coisa na próxima época, teremos de vender jogadores. O meu foco está em preparar esses jogadores», explicou Amorim.
Apesar da difícil situação classificativa, com o Manchester United no 13.º lugar, o objetivo de Amorim mantém-se inalterado: «ser campeão» a médio prazo. «Mas ainda não temos uma base», justificou, garantindo que cada jogo até ao final da época será encarado como um «grande jogo», com a necessidade de melhorar o futebol praticado e, acima de tudo, vencer partidas.