O FC Porto anunciou esta segunda-feira, num comunicado publicado na CMVM, que concluiu a «emissão de obrigações FC Porto SAD 2024-2027, no montante de cerca de 21 milhões de euros», abaixo do valor inicialmente apontado de 30 milhões de euros.

Esta operação faz parte de uma ambiciosa política da SAD do FC Porto destinada a liquidar até 2027 cerca de €100 milhões em 'factoring' relacionados com direitos de transmissão televisiva. «Esta emissão de obrigações, em conjunto com a operação Dragon Notes, no montante de 115 milhões de euros, destina-se a refinanciar o passivo existente e a financiar a atividade global do FC Porto», possibilitando a «obtenção de uma situação de liquidez confortável para cumprimento das responsabilidades de curto prazo, a extensão da maturidade média da dívida financeira e a redução do custo médio da dívida.»

Reação aquém do esperado

Segundo Pereira da Costa, CFO da SAD azul e branca, a reação do mercado não foi a esperada, com a procura nesta emissão a alcançar apenas 70% do objetivo inicial de 30 milhões de euros. No total, participaram na última oferta 1.320 investidores, dos quais 157 investiram até 2.500 euros, 357 entre 2.505 euros e 5.000 euros, 366 entre 5.005 euros e 10.000 euros, 390 entre 10.005 euros e 50.000 euros, e 50 a aplicarem mais de 50 mil euros.

Redução da dívida

Apesar deste resultado aquém do esperado, a administração liderada por André Villas-Boas conseguiu já realizar outros importantes avanços na redução da dívida do clube. Desde que tomou posse no final de maio, «foi possível garantir que, no que respeita a dívidas a clubes decorrentes de transferências de jogadores, foram efetuados pagamentos no montante total de cerca de 60 milhões de euros», permitindo o cumprimento pleno do indicador de Solvabilidade (overdue payables) da UEFA, nos controlos trimestrais de junho e setembro passados.

Adicionalmente, «foram efetuados pagamentos a fornecedores correntes no montante de cerca de 20 milhões de euros, permitindo reduzir de forma relevante os saldos vencidos a fornecedores desde o final de maio», indica a SAD, na nota enviada ao regulador.

Estratégia de saneamento

Estas operações de refinanciamento e redução da dívida fazem parte de uma estratégia mais ampla da atual administração do FC Porto para sanear as contas do clube e garantir a sua sustentabilidade a longo prazo. Apesar do resultado aquém do esperado nesta emissão obrigacionista, os responsáveis do clube mostram-se confiantes de que as medidas adotadas permitirão alcançar os objetivos traçados.