Histórica decisão do clube
O FC Porto tomou uma decisão histórica ao expulsar quatro dos seus sócios na sequência dos tumultuosos acontecimentos ocorridos na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do clube, realizada a 13 de novembro de 2023. A medida disciplinar foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Fiscal e Disciplinar do FC Porto e atinge figuras com fortes ligações à claque Super Dragões.
De acordo com informações avançadas pelo Jornal de Notícias, os sócios expulsos são Fernando Madureira, Sandra Madureira, Vítor Catão e Vítor Aleixo. Fernando Madureira é o antigo líder da claque, mais conhecido por «Macaco». Além disso, o ex-Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do FC Porto, Fernando Saúl, foi suspenso por um período de 45 dias.
Origem dos incidentes
Os incidentes que levaram a esta decisão disciplinar tiveram origem na AGE de novembro do ano passado, que ficou marcada por confrontos e um clima de «intimidação e medo», de acordo com a acusação do Ministério Público (MP). Segundo o MP, alguns elementos da claque Super Dragões, liderados por Fernando Madureira, terão tentado coagir os sócios presentes a aprovar uma revisão estatutária que seria «do interesse da direção» então presidida por Jorge Nuno Pinto da Costa.
Operação Pretoriano
Na sequência destes acontecimentos, o MP instaurou um inquérito que deu origem à Operação Pretoriano, em que 12 pessoas foram detidas, incluindo Fernando Madureira, que se encontra em prisão preventiva desde janeiro. Outros arguidos, como Sandra Madureira e Vítor Catão, chegaram a estar em prisão domiciliária.
Os arguidos são acusados de crimes como coação, ameaça agravada, ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e atentado à liberdade de informação. O MP requer ainda penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.
Imagem do clube em causa
O FC Porto e a SAD do clube constituíram-se assistentes neste processo, demonstrando a sua preocupação com os incidentes e a vontade de os combater. Esta expulsão de sócios é mais um episódio num ano marcado por profundas mudanças no status quo do clube, após a saída de Pinto da Costa da presidência.
Numa defesa do antigo líder da claque Super Dragões, Pinto da Costa questionou: «Mas ele matou alguém? Ele roubou alguém?». No entanto, a decisão do Conselho Fiscal e Disciplinar do FC Porto demonstra que o clube não está disposto a tolerar comportamentos que possam manchar a sua reputação, mesmo que provenham de figuras historicamente próximas da direção.