Período turbulento
O FC Porto atravessa um período turbulento, com a derrota por 4-1 frente ao Benfica na Luz a ser o ponto mais baixo da temporada até ao momento. No entanto, a análise do trabalho realizado nos bastidores pela administração liderada por André Villas-Boas revela um esforço notável para reconstruir o clube.
Villas-Boas herdou um clube em falência técnica, com prejuízos acumulados de quase 70 milhões de euros nos últimos dois exercícios e capitais próprios negativos em 113,7 milhões de euros. Em português simplificado, o FC Porto não tinha dinheiro para cumprir as obrigações mensais, quer com funcionários quer com fornecedores.
Reconstrução financeira
Apesar deste cenário asfixiante, Villas-Boas e a sua equipa tiveram a capacidade de criar ferramentas para resolver dívidas antigas, cumprir as regras do fair play financeiro e manter o clube a competir nas provas da UEFA. Adicionalmente, conseguiram montar um plantel de boa qualidade e competitivo para a presente temporada.
«Pese embora este torniquete financeiro, asfixiante, Villas-Boas e restante administração tiveram a arte de criar ferramentas para resolver deveres antigos - 34 milhões relativos aos processos ainda de David Carmo, Samuel Portugal, Varela, Otávio, Verón e Chico Conceição -, cumprir as regras do fair play financeiro e manter o clube a competir nas provas da UEFA», explica o autor.
Desempenho da equipa
Neste contexto, a revolta de Villas-Boas após a derrota na Luz é compreensível. A competência do trabalho realizado nos escritórios exige da obra no relvado uma resposta igualmente competente, pelos sacrifícios, pelo desgaste e pelo encontrar de soluções num cenário de total aridez económica.
Quanto a Vítor Bruno, o treinador interino, os dados objetivos protegem-no. No campeonato, o FC Porto tem mais dois pontos do que na época anterior à 11ª jornada e «só» perdeu nas visitas à Luz e Alvalade. Na Europa, a equipa tem quatro pontos em quatro jogos e está dentro da luta pela qualificação, apesar de bem longe das posições cimeiras.
No entanto, a perceção da falta de crescimento do FC Porto 24/25 é um problema, com a evolução da equipa a ficar aquém dos padrões idealizados. A derrota na Luz é o ponto mais baixo do conto azul e branco, uma versão revista e ampliada de pesadelos ocorridos anteriormente.