Da sombra à estrela
A época ainda não vai a meio, mas Danny Namaso desfruta de uma espécie de segunda vida com Vítor Bruno. Antes da entrada em cena de Samu, o anglo-camaronês foi o ponta-de-lança de serviço no FC Porto e, não obstante o golo que marcou na jornada inaugural da I Liga, rapidamente perdeu crédito junto dos adeptos como finalizador, caindo do onze à sexta ronda.
Na semana passada, ante o Aves, voltou à titularidade numa função diferente: a de apoiante direto ao homem mais adiantado, quase no papel de "10". O desempenho foi convincente e a dose repetiu-se contra Moreirense e Estoril - até faturou -, novamente com bons resultados.
Uma "segunda vida"
Esta noite, em casa da Lázio, é de esperar que Namaso se mantenha nas opções iniciais do técnico dos dragões, cenário que, a confirmar-se, será de "estreia" para o atacante, que nunca foi titular num duelo europeu. Não se esperam, aliás, alterações na equipa em relação aquela que goleou os canarinhos no fim de semana.
«Não me surpreende, de forma alguma. Comigo, o Danny jogou a 10, a 8 e até nas alas, além de avançado, claro», conta, a O JOGO, José Gomes, que orientou o agora jogador do FC Porto no Reading, em 2019/20. «Conquista a confiança de todos os treinadores porque cumpre integralmente as tarefas que lhe são confiadas. É super profissional, um soldado que se entrega à equipa», afiança o agora treinador do Zamalek.
Eficácia na finalização
No que toca ao capítulo da finalização, José Gomes acredita que o facto de haver Samu pode ser benéfico para retirar a Namaso a responsabilidade de ser "o" matador. «De facto há uma discrepância entre o trabalho que demonstra e a eficácia na finalização. Na posição que tem ocupado nestes jogos, a exigência de fazer golos diminui e isso pode serenar o Danny. Em todo o caso, é preciso abraçar um jogador destes com carinho e confiança. Afinando a pontaria com treino, ficaremos perante um jogador incrível», sublinha o técnico radicado no Egito.
Oportunidade na Lázio
A concorrência para a posição é forte. Há Nico, Fábio Vieira - que até tem atuado mais pela direita -, Rodrigo Mora e até Pepê, mas, nesta fase, Namaso aparenta levar a dianteira. Hoje, na cidade eterna, o grau de exigência sobe, o que doura ainda mais a oportunidade.
«Dá muita agressividade com bola, aproxima-se bem do avançado, mas esse também pode ser o papel do nosso terceiro homem do meio-campo. É perceber o momento de cada um. Depois, o perfil individual leva por caminhos distintos. O Danny tem a vantagem de nos conhecer há algum tempo, tem conhecimento do que queremos dele. Pode jogar por dentro, por fora, fez durante a Liga, nos Açores, a derivar da esquerda para dentro. Tem atitude competitiva brutal. É uma premissa para poder jogar no FC Porto», elogiou o treinador portista Vítor Bruno.