Imagens da Assembleia Geral do FC Porto sob escrutínio no Tribunal de Instrução Criminal

  1. O Tribunal de Instrução Criminal do Porto começou a analisar as imagens de videovigilância do Dragão Arena
  2. A defesa pediu acesso a testemunhas, mas o pedido foi indeferido
  3. A decisão instrutória terá de ser conhecida até 7 de dezembro
  4. São imputados 19 crimes de coação e ameaça agravada, entre outros

Tribunal de Instrução Criminal do Porto analisa incidentes


O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto começou hoje a visionar as imagens de videovigilância do pavilhão Dragão Arena, no âmbito da Operação Pretoriano, que tem entre os arguidos Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões.


Depois de se ter remetido ao silêncio na semana passada, o antigo dirigente de um dos grupos organizados de adeptos afetos ao FC Porto regressou ao TIC, sob fortes medidas de segurança, para uma nova sessão de diligências à porta fechada. Além de Fernando Madureira, estiveram presentes a sua mulher Sandra Madureira, antiga vice-presidente dos Super Dragões, e Fernando Saul, ex-funcionário do clube 'azul e branco'.

Defesa pede acesso a testemunhas recusado


«Estivemos apenas a ver imagens. Declarações? Não houve», resumiu aos jornalistas Cristiana Carvalho, advogada de Saul, no final de uma sessão com quase duas horas de duração.


A juíza de instrução criminal aceitou que fossem visionadas as imagens das câmaras de videovigilância do Dragão Arena, onde houve vários incidentes e agressões durante uma Assembleia Geral (AG) extraordinária do FC Porto, em 13 de novembro de 2023. No entanto, indeferiu o requerimento dos arguidos para a audição de testemunhas no debate instrutório, incluindo o ex-presidente 'azul e branco', Pinto da Costa, e outros antigos dirigentes do clube e da SAD.

Decisão instrutória até 7 de dezembro


A decisão instrutória tem de ser conhecida até 07 de dezembro, quando se completarem 10 meses desde a aplicação do regime de prisão preventiva ao ex-líder dos Super Dragões.


Depois dos interrogatórios ao casal Madureira, que estavam originalmente agendados para 18 de outubro, seguem-se as audições dos restantes arguidos, Carlos Nunes, José Pedro Pereira e Fernando Saul.

Operação Pretoriano e os crimes imputados


Em causa está a designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa dos Super Dragões «criarem um clima de intimidação e medo» numa AG do FC Porto para que fosse aprovada uma revisão estatutária «do interesse da direção» do clube, então liderada por Pinto da Costa.


Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes oito foram sendo libertados em diferentes fases. São imputados um total de 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

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