Porto apresenta contas negativas de 21 milhões em 2023/24

  1. Resultado líquido negativo de 21,063 milhões de euros em 2023/24
  2. Crescimento positivo de todas as linhas de receitas operacionais, em particular as comerciais
  3. Perda de cerca de 40/45 milhões de euros em 2024/25 por falhar a Liga dos Campeões
  4. Valores de direitos televisivos (43 milhões por ano) estão descontados até dezembro de 2027
  5. Acordo com a Ithaka de 50 milhões de euros, sendo 15 milhões para modernizar o estádio

Resultado líquido negativo de 21 milhões de euros


O FC Porto apresentou esta sexta-feira o seu relatório e contas da temporada 2023/24, com o CFO da SAD, José Pedro Pereira da Costa, e o presidente André Villas-Boas a destacarem os principais tópicos das finanças do clube. De acordo com os dados revelados, o exercício fechou com um resultado negativo de 21,063 milhões de euros, com Pereira da Costa a alertar que as contas são maioritariamente da responsabilidade da anterior administração (11 dos 12 meses em questão).

Crescimento das receitas operacionais


Apesar do «crescimento positivo de todas as linhas de receitas operacionais, em particular as comerciais», como receitas pela participação em provas UEFA, bilhética, merchandising ou publicidade, os «resultados operacionais foram penalizados por custos não recorrentes», enquanto as «transações com passes de jogadores foram insuficientes para compensar custos financeiros crescentes», segundo Pereira da Costa.

Impacto da falha na Liga dos Campeões


Nas principais contas, destaque para a perda de receita de cerca de 40/45 milhões de euros em 2024/25, por falhar a Liga dos Campeões, com o prémio recebido em setembro a ter uma perda na ordem dos 30 milhões. Já o Mundial de Clubes terá um prémio a contabilizar no próximo exercício, mas é esperado que o valor seja mais baixo do que os 50 milhões inicialmente falados.

Adiantamento de direitos televisivos


Relativamente aos direitos televisivos, os valores (43 milhões por ano) estão descontados até dezembro de 2027, pelo que dos quatro anos que faltam até ao fim do contrato, o FC Porto já recebeu adiantados os valores de 3,25 desses anos. Além disso, está ainda obrigado a pagar uma taxa acima de dez por cento para liquidar esses adiantamentos. Nos próximos três anos, portanto, o FC Porto vai declarar receitas de 43 milhões por ano, mas sem o dinheiro de facto entrar na tesouraria. Na realidade, até 2028, o FC Porto vai receber 32 milhões (e declarar 172 milhões) de receitas de TV.

Acordo com a Ithaka


Em contrapartida, o FC Porto assinou esta semana um acordo com a Ithaka, que será «motor de crescimento», com um encaixe de 50 milhões de euros. Desse valor, 15 milhões destinam-se a financiar os investimentos para modernizar o estádio, para proporcionar uma melhor experiência aos adeptos. Abateram 6 milhões de valores que já tinham sido descontados e tiveram de ser reembolsados.

Situação de tesouraria


Quanto à situação de tesouraria, Pereira da Costa revelou que a liquidez em maio estava em «níveis mínimos históricos», com o FC Porto a receber uma conta corrente de clientes com transferências de jogadores de sete milhões de euros, ou seja, os valores a receber pelas transferências efetuadas antes da entrada da atual administração foram todos adiantados, tendo sobrado apenas sete milhões por receber. A 30 de junho de 2024, a FC Porto SAD tinha por isso um desbalanceamento de tesouraria de 86 milhões de euros entre passivo e ativo corrente.