O FC Porto jogou mal e perdeu de forma natural no sintético do Bodo/Glimt, um adversário de qualidade — desde que goleou (6-1) a Roma de Mourinho, em outubro de 2021, deixou de poder ser apelidado de ilustre desconhecido — que fez os dragões perderem o norte na Noruega já no Círculo Polar Ártico.
A proximidade dos factos justifica sempre algum exagero na análise, mas na história centenária dos azuis e brancos houve outros desfechos, esses sim, escandalosos, à cabeça a eliminação nas Antas aos pés do Wrexham, em outubro de 1984. Menos de três anos depois, com o mesmo treinador, Artur Jorge, e nove jogadores que testemunharam como titulares o adeus frente à equipa galesa do quarto escalão inglês, os portistas festejaram em Viena. Se recuarmos dois anos, para dar exemplo mais recente, a goleada de 0-4 no Dragão, diante do Club Brugge, também entra para as posições cimeiras da lista de horrores.
Ouro da casa em destaque
Quando foi apresentado, Vítor Bruno destacou o ouro da casa como metal precioso fundamental para o enriquecimento do plantel em temporada condicionada por finanças depauperadas. Mais que a aposta em jovens da formação, interpretei as palavras do técnico como mensagem para o balneário a sinalizar, em última instância, que jogariam os melhores independentemente da idade e que o chamado estatuto valeria zero na hora de definir o onze.
Em Bodo, após jogo muito conseguido em Guimarães, o mais consistente em 2024/2025, Eustáquio, Grujic e Nico González formaram o trio de meio-campo. Além da ausência notada de Alan Varela, inexplicável a abrir prova tão importante exceto se estivesse limitado fisicamente, percebeu-se que o sérvio continua longe de vingar. Que fez Vasco Sousa para deixar de ser opção no pós-Alvalade?
Jovens a procura de oportunidades
João Mário iniciou a época a mostrar debilidades a defender, evidentes neste encontro com os noruegueses, e perdeu o lugar para Martim Fernandes, capaz de atuar nos dois flancos. O jovem de 18 anos voltou ao banco selado desaire com o Sporting? Porquê?
A insistência em Gonçalo Borges não está a resultar, é inconsequente, para usar um eufemismo, passes de mágica em demasia sem tirar um coelho da cartola. Que teria feito Rodrigo Mora nas costas do avançado com metade dos minutos de utilização proporcionados ao extremo em 2024/2025?
Aposta na formação faz-se no campo
Ouro da casa, lembra-se, mister Vítor Bruno?