A conquista da Liga Conferência da UEFA e os laços de camaradagem forjados com os jogadores lusófonos são dois aspetos que brilham distintamente nas memórias de João Carvalho sobre a sua temporada no Olympiakos. No rescaldo de um ano repleto de peripécias, reencontros e vitórias pronunciadas na língua de Camões, o médio português foi entrevistado pelo Maisfutebol numa tarde de fim de tarde.
Ao longo da conversa, João Carvalho, de 27 anos, revela a dinâmica de «família» que se construiu no Pireu, com destaque para a amizade com o defesa David Carmo e as reuniões para matar saudades do futebol português.
«Fomos uma família»
«Fomos uma família. Tudo se tornou mais fácil com um grupo assim. Em todo o caso, falamos de jogadores provenientes de clubes de muita exigência, pelo que chegaram ao Olympiakos com a atitude ideal», afirmou João Carvalho.
O médio reencontrou vários colegas de formação no Olympiakos, como David Carmo, que conheceu no Seixal quando este era ainda um «bebezinho». «Nos jogos da formação do Benfica ele vinha sempre falar comigo, porque eu era dos mais velhos. Também joguei com o André Horta, e fui adversário do Daniel Podence», recordou.
Apostas entre amigos
A «família» lusófona aproveitava os estágios para ver os jogos das equipas portuguesas, fazendo mesmo apostas entre si. «Tivemos muitos jogos no Olympiakos. Por isso, vimos os jogos das equipas portuguesas, sobretudo, durante os estágios. Fazíamos apostas e estávamos muitas vezes juntos», contou Carvalho.
David Carmo, «patrão» da defesa
Sobre David Carmo, o médio revelou que o defesa «é um bom amigo e partilhámos quarto nos estágios. Sempre foi fácil de conversar – com brincadeiras à mistura – e foi dos colegas de quem fui mais próximo. Enturmou-se bem. Todos falavam com ele.»
Carvalho destacou ainda o desempenho de Carmo no Olympiakos, afirmando que «em termos de jogo, todos sabemos que não viveu meses bons no FC Porto, mas no Olympiakos provou o seu valor. Agora, continuará o seu trabalho, porque é um jogador acima da média. Tínhamos muitas dificuldades na defesa, mas ele foi um «patrão», como diziam os gregos. Acabou por ser uma agradável surpresa, porque o conheci como miúdo e era muito brincalhão. Dentro de campo, mostra uma postura completamente diferente e consegue ser o patrão da defesa.»