O FC Porto mantém-se firme no acompanhamento do caso do jovem avançado Cardoso Varela, mesmo após as declarações de Faustino Gomes, agente FIFA que acompanha o jogador de 15 anos na sua viagem à Croácia. Gomes refutou a tese de rapto, garantindo que é a vontade da família que está a orientar o processo.
A escolha do Dinamo Odranski Obrez, da quarta divisão croata, como destino temporário de Cardoso, é vista apenas como um trampolim para o futebol alemão, quando o jovem completar 16 anos (em outubro). Esta estratégia prende-se com as regras mais flexíveis da federação croata em relação à transferência e agenciamento de menores, em comparação com as rígidas normas da FIFA.
Brecha nas regras da Croácia
Enquanto a FIFA tem normas muito apertadas para a transferência e agenciamento de menores, na Croácia é possível que um jogador amador assine por um clube da mesma divisão. Esta brecha já foi aproveitada várias vezes em situações semelhantes, mas é inédito com um internacional jovem português e que ainda recentemente brilhou no Euro Sub-17.
Este é outro ponto que incomoda os dragões, que estão decididos a liderar conversações com a FIFA para abolir este regime de exceção na Croácia.
Alerta do FC Porto
Para a Federação Croata e para o Odranski Obrez, que está a tentar registar o jogador, já foi enviado um alerta do FC Porto para que a inscrição não seja aceite, à luz das regras da FIFA. Nenhuma das imposições em transferências de menores poderia ser cumprida pelo Odranski Obrez, a começar pelo facto de os pais de Cardoso viverem em Angola.
André Villas-Boas não vai abandonar este caso, mesmo que o jogador, cumpridos os 16 anos, acabe por assinar pelo clube alemão que estará no fim deste esquema.
Alegado pedido de três milhões de euros
O FC Porto tem provas de que Wilson Sardinha, alegado tutor do jogador e que também o acompanha na Croácia, pediu três milhões de euros para a continuidade de Cardoso Varela no Dragão - não pode haver comissões com menores de idade. Da mesma forma, o clube tem testemunhas da vontade manifestada pelo jovem em seguir no clube.
Faustino Gomes, em comunicado, defendeu-se: «Ficou provado, perante as autoridades competentes, que não houve rapto. Tudo foi feito com consentimento da família. Sigo as coordenadas da família. São eles que mandam como dita a lei. Não posso abandonar o miúdo», alegando ter «boa relação com André Villas-Boas».