Dívidas e incumprimentos pesam sobre a SAD do FC Porto
A nova administração do FC Porto, liderada por André Villas-Boas, enfrenta uma herança extremamente pesada deixada pela anterior direção da Sociedade Anónima Desportiva (SAD). Dia após dia, são revelados novos incumprimentos com fornecedores, clubes com quem o FC Porto transacionou passes de jogadores, e um sem-número de obrigações não cumpridas, que colocam em causa o bom funcionamento da SAD e criam sérios problemas de tesouraria corrente.
Dívida de 3 milhões de euros à aquisição de Alan Varela
O mais recente pagamento em atraso diz respeito à contratação de Alan Varela ao Boca Juniors, no verão de 2023. Existe uma parcela de 3 milhões de euros por liquidar, valor que deveria ter sido pago até 15 de março pela anterior administração, o que não se verificou devido aos conhecidos problemas de tesouraria. Além desta tranche, o FC Porto já pagou no ato da aquisição outros 3 milhões de euros, estando previsto também uma nova parcela a saldar até dezembro deste ano, no valor de 2 milhões de euros.
Segundo uma fonte do TyC Sports, «como está a situação, é impossível que Equi vá para o FC Porto», referindo-se a uma alegada ameaça do Boca Juniors avançar com uma queixa formal para a FIFA caso o FC Porto não pague a dívida.
Dívidas próximas de 90 milhões de euros por transações de jogadores
Mas a montanha de dívidas não se fica por aqui. Conforme consta do Relatório e Contas da SAD publicado em finais de dezembro passado, na rubrica destinada a «Fornecedores de ativos intangíveis – Transações com passes de jogadores» a pagar a outras entidades, a SAD do FC Porto está obrigada a pagar quase 90 milhões de euros até ao próximo dia 31 de dezembro de 2024.
Para agravar a situação, A BOLA sabe que a anterior direção liderada por Pinto da Costa conseguiu antecipar a segunda tranche de cerca de 20 milhões de euros que se vencia no próximo mês, faltando receber a última de 20 milhões em julho de 2025. André Villas-Boas e toda a sua equipa procuram «sair ilesos», depois de se confrontarem com um «cenário dantesco de incumprimentos financeiros acumulados, sobretudo durante a última década», como afirmou uma fonte próxima da situação.