André Villas-Boas e FC Porto: Declarações Polémicas e Comunicado Oficial

  1. André Villas-Boas alerta para mudanças drásticas no FC Porto até 2032
  2. Necessidade de comunicação aberta e expensão internacional do clube
  3. Influência do aspeto comercial nas decisões desportivas

O antigo treinador do FC Porto, André Villas-Boas, fez declarações polémicas sobre o futuro do clube e a falta de transparência na gestão, durante uma campanha na cidade de Viseu. Villas-Boas questionou o rumo do FC Porto em 2028, caso o atual presidente Pinto da Costa permaneça no cargo, alertando para mudanças drásticas:


«Em 2032, este FC Porto atual, se acabar com o presidente eleito, que eu respeito muito pelo seu lugar e pela sua história, não será o FC Porto como nós o conhecemos. Estará vinculado intimamente a um fundo específico e a determinado tipo de pessoas que têm uma visão totalmente diferente para o futuro do FC Porto. Só em 2028 é que é possível olhar para esse cenário e ver o que é que resta do FC Porto enquanto o conhecemos atualmente. O FC Porto está a ser vinculado contratualmente com determinadas pessoas, através da antecipação de receitas, provavelmente está a antecipar outros contratos futuros para se financiar, os direitos comerciais, com os 70% restantes dessa empresa criada intimamente relacionada com um fundo onde estão incluídos os vice-presidentes da outra candidatura. Este FC Porto será totalmente diferente para pior do atual, que já está numa condição muito precária. Portanto, a situação para mim é de urgência, é hora de mudança, de modernidade, de transparência. Este é o novo acordar do Dragão e por isso é muito difícil perspetivar um FC Porto igual a este, onde acabou recentemente de vender 30% do coração e os sócios foram informados de zero acerca dessa operação. Portanto, foi uma operação que aconteceu sem ir à Assembleia Geral, não tinha que ir, mas parte das receitas do FC Porto foram rapidamente vendidas mais uma vez sem os sócios terem um ai nem um i a dizer.»



Villas-Boas também abordou a necessidade de uma comunicação mais aberta e expansão internacional do clube:


«Um clube que se quer internacional e que se quer expandir nacionalmente e internacionalmente tem que comunicar de forma diferente, obrigatoriamente, e não fechado sobre si mesmo, como temos vindo a fazer e tem sido o nosso registo. Portanto, há quase como uma nova forma de comunicar. Nestas visitas às casas, nós fomos abordados por muitas outras em que não pudemos visitar e fomos abordados também por grupos de adeptos, onde não há casas do FC Porto que nos queriam receber. E um caso mais evidente deste é Paris. Ou seja, numa comunidade de emigrantes profunda e imensa, onde há um número sem fim de adeptos, simpatizantes e sócios, a Casa do FC Porto de Paris já não existe. Portanto, este é o ponto número dois. Como crescer a marca? O FC Porto vai jogar o Campeonato Mundial de Clubes, no fim da época, 2024-2025. Temos de imediato colocar em marcha num plano de divulgação da marca através dos Estados Unidos. Porque os Estados Unidos são, evidentemente, outro polo de emigração portuguesa. Nos casos também do Canadá.»



Além disso, Villas-Boas mencionou a influência do aspecto comercial nas decisões desportivas, revelando:


«Eu, enquanto treinador, já me foi dada a possibilidade de escolher entre pré-épocas desportivas, e há vezes onde não tenho direito a escolha e tenho que passar por pré-épocas comerciais. Ou seja, já houve alturas onde eu fui estagiar para a Suíça e para a Alemanha, porque me foi dado a escolher do ponto de vista desportivo o que é que eu via como o melhor, mas já houve alturas onde eu fui forçado a ir para Hong Kong, China e Estados Unidos para fazer pré-épocas por conta do crescimento comercial da marca do clube que eu representava na altura, com, evidentemente, retorno financeiro para o clube. Tudo isto tem de ser mesurado do ponto de vista do equilíbrio entre o desportivo e o financeiro.»



Por outro lado, o FC Porto emitiu um comunicado em resposta a notícias sobre a suspensão das obras da academia do clube na Maia. O clube esclareceu que as obras de desmatação são uma etapa inicial para os trabalhos arqueológicos e reafirmou o compromisso em proteger o património arqueológico. O comunicado ressalta a importância de cumprir todas as recomendações das entidades competentes e destaca a excelência da equipa de arqueólogos envolvida no projeto.


Estes acontecimentos refletem a atualidade e as preocupações em torno do FC Porto, desde a gestão interna até aos projetos de expansão e preservação do património do clube.


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