O vereador do Partido Socialista (PS), Francisco Vieira de Carvalho, levantou questões sobre a propriedade de terrenos na freguesia de Nogueira e Silva Escura, desejados pelo FC Porto para a construção da academia de formação. Durante a sessão do executivo da Câmara Municipal da Maia, que aprovou a alienação em hasta pública de uma área de 140.625 m² de terreno, Vieira de Carvalho expressou incertezas sobre a aquisição dos terrenos pelo clube azul e branco.
«Como as notícias agora são muitas, fala-se que o FC Porto começou as obras, que é dono de vários espaços já. Já terá comprado 90 e tal mil metros quadrados. Ao que eu ouvi, é tudo uma história, porque, quem de facto comprou, foi uma empresa de Braga que se chama ABB. Foi quem comprou os tais hectares que o FC Porto diz que são dele. Ou seja, não sabemos bem quem é o dono de quê ou quem fica com o quê. Está perfeito lúcido para todos que o uso vai ser da FC Porto SAD, pelo menos é isso que é público, agora, quem vai ser o dono, quem faz a construção ou quem arrenda ao público, pelo que tenho visto e é público, não é o FC Porto que faz, são pessoas externas», afirmou Vieira de Carvalho.
Presença de Figuras Conhecidas no Negócio
O vereador do PS também mencionou a presença de figuras conhecidas no negócio, incluindo João Koehler, candidato a vice-presidente do FC Porto, e Pedro Pinho, empresário ativo na região do Porto. Vieira de Carvalho destacou a importância de esclarecer a transparência do processo: «Sei que há duas pessoas, gestores, de quem nada tenho contra, que estão envolvidos neste processo. Um é o novo candidato a 'vice' do FC Porto, João Koehler, que é um distinto gestor da praça do Porto, estará metido neste negócio. Se for comprado por alguém que faça a obra e depois arrenda ao FC Porto por um preço alto, estamos aqui a ver negócios da China. Depois, há um outro empresário que tem estado aqui muito ativo, também muito conhecido junto do Porto, que é o Pedro Pinho, que também, pelos vistos, estará aqui com o [Gaspar] Borges e com o Koehler em conjunto, para que isto seja feito».
Reação do Presidente da Autarquia
Por outro lado, o presidente da autarquia da Maia, António Silva Tiago, reagiu às preocupações levantadas, afirmando que a Câmara «não pediu nada nem vai fazer nada para ninguém» em relação à construção da academia do FC Porto. Silva Tiago destacou a independência da autarquia em relação ao projeto: «A Câmara não pediu nada nem vai fazer nada para ninguém, se não quiserem fazer na Maia eu fico na mesma. O projeto vive sem nenhuma academia, seja a do FC Porto ou a do Boavista. Não há plano A nem há plano B. O que fazemos é sermos entidades responsáveis para que as coisas aconteçam bem. O que tem de fazer é comprar o terreno da Maia».
Posicionamento dos Partidos na Câmara Municipal
A proposta de alienação dos terrenos para a construção da academia do FC Porto foi aprovada com o voto contra dos vereadores do PS, que consideraram o valor base da venda dos 18 lotes rústicos baixo. A proposta passou com os votos da maioria PSD/CDS. O processo agora aguarda ratificação em Assembleia Municipal, que ocorrerá na próxima segunda-feira, antes do início do período de licitação.
Conclusão e Reflexão sobre o Desenvolvimento Municipal
Em resumo, a questão da propriedade dos terrenos desejados pelo FC Porto para a construção da academia de formação na Maia levantou debates e incertezas, com o vereador do PS questionando a aquisição dos terrenos pela ABB, uma empresa de Braga, e destacando a presença de figuras conhecidas no negócio. Por outro lado, o presidente da autarquia reiterou a posição de neutralidade da Câmara em relação ao projeto, enfatizando a importância da transparência e responsabilidade nas decisões relacionadas com o desenvolvimento do município.