Juan Fernando Quintero, antigo jogador do FC Porto, concedeu uma entrevista reveladora ao jornalista argentino Juan Pablo Varsky, onde abordou temas sensíveis como a sua batalha contra a depressão e a frase marcante que ouviu do treinador Nuno Espírito Santo.
A morte da sua avó em 2014 foi o gatilho para o início dos problemas emocionais de Quintero. Ele confessou: 'Tive um choque emocional que foi a morte da minha avó e só recuperei em 2016/2017. Tive que procurar ajuda de um treinador porque não queria mais jogar futebol, não sentia alegria, nem vontade de ser o que sempre fui.'
A depressão afetou profundamente Quintero, mas ele encontrou apoio na sua família. No entanto, ele admitiu que ficou desleixado com a situação, afirmando: 'Foram dois anos e meio sem saber o que fazer, sem poder desfrutar do futebol, que é a minha vida. Isso custou-me muito. Mas agradeço à minha família porque consegui seguir em frente.'
O jogador também abordou uma experiência negativa com o treinador Nuno Espírito Santo, que ocorreu antes de regressar à Colômbia para jogar pelo Independiente Medellín. Quintero revelou: 'No final de 2016, estive em Portugal e tive uma experiência com um treinador que não me queria deixar jogar. Nessa altura, soubemos de uma doença do meu avô e resolvi voltar para a Colômbia para realizar o sonho dele, e o meu também, de jogar pelo Independiente Medellín.'
Quando confrontado com a reação do FC Porto à sua decisão, Quintero disse: 'Lembro-me muito que o treinador disse que me queria na equipa, mas disse algumas palavras que não vou esquecer, que foram: 'Quero que jogues 25 minutos. No dia em que estivermos a perder, entras e resolves e no dia em que estivermos a vencer por quatro ou cinco golos, fazes um túnel e fazes as pessoas divertirem-se'. Palavras muito bonitas, mas não, eu queria era competir. Se me deixas competir, ok. Se não... não sou palhaço. Então, por causa daquela situação, até agradeço aquele treinador porque sem perceber deu-me força interior para tomar a decisão de voltar à Colômbia e ser feliz novamente.'
Apesar do desentendimento, Quintero optou por não revelar o nome do treinador, apenas desejando-lhe o melhor. Ele concluiu: 'Não tenho nada contra ele, ele disse o que sentia e tudo bem. São formas diferentes de ver a vida e o futebol. E agradeço-lhe porque ele despertou em mim aquele espírito de criança lutadora.'
A história de Quintero serve como um exemplo de superação e determinação, mostrando que é possível encontrar a felicidade novamente, mesmo após momentos difíceis. A sua coragem em enfrentar os seus demónios e tomar decisões que o levariam ao seu sonho é inspiradora para todos aqueles que enfrentam batalhas pessoais.