O Famalicão voltou a ser protagonista no mercado de transferências desta janela, conseguindo encaixar mais de 20 milhões de euros em vendas de jogadores. Em declarações na zona mista do Thinking Football, Miguel Ribeiro, presidente da SAD do clube, destacou a qualidade do plantel e a capacidade de reter o talento.
«Qualidade do plantel permite-nos reter o talento»
«O que é que eu quero enaltecer é a qualidade dos jogadores do Famalicão. Tivemos propostas para o Zaydou, para o Gustavo Sá, para o Topic, para o Mihaj, vários. A questão é que há um caminho que está a ser trilhado e não podemos esquecer que este desenho do Famalicão tem seis anos, dos quais um foi na Segunda Liga e dois foi em Covid. Ou seja, dentro da normalidade da primeira divisão, o Famalicão vai para a sua terceira época, seguidas, e este caminho leva-nos também a isso. Vai-nos permitir reter cada vez mais talento, financeiramente o Famalicão está muito estável, vai-nos permitir ser competitivos, vai-nos permitir também aumentar o nível de recrutamento, porque já temos capacidade de investimento, mas isto é um caminho», explicou Ribeiro.
Elogio a Francisco Moura rumo ao FC Porto
Uma das saídas que Ribeiro lamentou foi a de Francisco Moura, que rumou ao FC Porto. O presidente da SAD elogiou as qualidades do jogador, tanto a nível técnico como a nível humano.
«Acredito que o Francisco Moura, na senda de outros jogadores que o Famalicão já vendeu, é um jogador que ainda tem margem de crescimento, é um jogador que acredito e tenho convicção que se vai afirmar no FC Porto, pela qualidade que tem, quer de técnica, quer de física, quer de tática, mas também a qualidade humana que tem. É um jogador absolutamente concentrado, é um jogador absolutamente comprometido, e é um jogador que, mesmo no último dia, sabendo que no dia seguinte havia a possibilidade de ir para o Porto, chegou a Guimarães e foi um dos melhores em campo. E isso atesta a personalidade e o carácter do Francisco Moura.»
Plantel está fechado, mas desligação de João Pedro Sousa foi um erro
Apesar das vendas, Ribeiro garantiu que o plantel está fechado e que o treinador, Armando Evangelista, está satisfeito com as opções disponíveis. No entanto, o presidente da SAD admitiu que o despedimento de João Pedro Sousa foi um erro.
«Acreditei que foi um erro despedi-lo, porque embriagámos os resultados. Estávamos no caminho, mas foi uma decisão errada. Entre as erradas e as certas, o ideal é que tenha mais uma certa do que as erradas. Muitas erradas tivemos. A ansiedade da Europa estava a criar consequências poucos positivas.»
Renovação do Estádio Municipal de Famalicão é prioridade
Além das questões desportivas, Ribeiro voltou a abordar o problema das infraestruturas do Estádio Municipal de Famalicão, considerando que é um assunto que tem de ser resolvido «sim ou sim» neste ano civil.
«Temos um problema do Estádio para resolver sim ou sim. Temos um processo de maturidade do ponto desportivo que só será atingido quando contratarmos suplentes. Quando chegarmos ao verão e dissermos "vamos contratar 11 suplentes" porque os 11 titulares não vendemos. Hoje, se olharmos para o onze tipo, há 5 ou 6 jogadores a bater à porta.»
O presidente da SAD famalicense revelou que está a equacionar todas as opções, desde jogar noutro local até fazer obras no estádio atual, mas garantiu que não aceitará continuar com as mesmas condições.
«Equaciono jogar noutro local, equaciono fazer onde está o estádio. Eu equaciono tudo, menos continuarmos como estamos. Neste ano civil, temos de ter uma decisão.»
Centralização dos direitos televisivos deve ser pautada pela equidade
Ribeiro abordou ainda a questão da centralização dos direitos televisivos no futebol português, defendendo que deve ser pautada pelo princípio da equidade, e não da igualdade.
«Se me pergunta igualdade, não. Mas equidade não é igualdade. Isso é estabelecer equilíbrios que se transformam num rácio igual. Acredito que com a tranquilidade de quem nos dirige, com a Liga, a FPF, com o bom senso e a sensibilidade dos presidentes vai levar-nos a bom porto.»