Novo regime de vistos cria dificuldades para clubes portugueses

  1. Nova legislação de imigração torna o processo de inscrição de atletas estrangeiros muito mais moroso
  2. Prazo médio de 3-4 meses para pedidos de vistos, incompatível com mercado de transferências de 2 meses
  3. Clubes correm risco de não conseguir inscrever jogadores a tempo
  4. Impacto negativo não se limita ao futebol, outras modalidades também enfrentam dificuldades

Este verão, os clubes portugueses enfrentam um novo desafio além das negociações habituais de mercado: a nova legislação sobre imigração. A extinção do processo de manifestação de interesse, que permitia a rápida inscrição de atletas estrangeiros, está a criar problemas para os clubes.

Segundo o advogado Mateus Ferreira, da Almeida & Associados Law Firm, especializado em Direito Migratório, "o novo Decreto-Lei torna o processo muito mais extenso, burocrático, complexo e previsivelmente mais moroso". Agora, os clubes têm de recorrer a alternativas como o pedido de Visto de Trabalho (Visto D1), visto para procura de trabalho, Autorização de Residência CPLP, ou Visto E5 para desporto amador. No entanto, o prazo médio destes pedidos é de 3 a 4 meses, o que é "completamente inexequível" para os clubes, dado que o mercado de transferências dura apenas 2 meses.

Risco de não inscrever jogadores a tempo

"Poderemos vir a ser confrontados, eventualmente, com jogadores com contratos válidos, contudo, clubes ou sociedades desportivas incapazes de terem a situação migratória dos atletas regularizada para que consigam atempadamente proceder ao seu registo", alerta Mateus Ferreira. Isto significa que os clubes podem contratar jogadores, mas não conseguir inscrevê-los a tempo.

A Liga Portugal, o Santa Clara e o Estrela da Amadora já criticaram publicamente a nova legislação. João Amaral, diretor-técnico da SAD do Rio Ave, reconhece que o clube "até pode ser dos mais penalizados, porque temos muitos jogadores fora do Espaço Schengen". Amaral admite que "podemos correr o risco, se isto não for resolvido rapidamente, de não termos jogadores suficientes para ir a jogo na primeira jornada" e que "a tendência seja para [o nível competitivo] piorar".

Impacto noutras modalidades

O problema não se limita ao futebol. Outras modalidades, como o basquetebol e o hóquei em patins, que recebem centenas ou milhares de atletas estrangeiros todos os anos, também enfrentam dificuldades. Segundo João Amaral, "isso [modalidades] vai ser um problema ainda maior" e o Governo "prometeu que ia resolver num espaço de 48 a 72 horas este problema, mas para o futebol. Agora para o desporto em si não sei se vão conseguir resolver tudo".

Uma análise aos plantéis das primeiras divisões de várias modalidades na época 2023/24 mostra que o impacto real desta nova legislação pode ser consideravelmente maior do que o inicialmente previsto, colocando em risco o nível competitivo do desporto português.

Vítor Paneira Apoia Noronha Lopes e Critica Gestão do Benfica

  1. Vítor Paneira apoia Vítor Noronha Lopes para a eleição à presidência do Benfica.
  2. Paneira acredita que a lista de Noronha Lopes ganhou as eleições de 2020, apesar do resultado oficial.
  3. <q>Acredito na pessoa, no projeto e na equipa que o vai rodear. Precisamos de pôr o Benfica a ganhar, recuperar valores.</q> - Vítor Paneira
  4. <q>Eu acho que tem havido uma má gestão do Benfica.</q> - Vítor Paneira

Inquietação nos Clubes: FC Porto e Boavista sob Pressão dos Sócios

  1. Lourenço Pinto defendeu a norma que impedia a entrada de jornalistas na Assembleia Geral do FC Porto.
  2. Juíza Ana Dias alertou Lourenço Pinto sobre sua postura "a raiar a má educação com o tribunal".
  3. Sócios do Boavista deram um prazo de oito dias ao presidente para convocar uma Assembleia Geral.
  4. Mais de cem sócios do Boavista, incluindo Álvaro Braga Júnior e Filipe Miranda, enviaram uma carta ao presidente do clube.