A equipa de arbitragem nomeada pela UEFA para dirigir a estreia de Portugal no Euro 2024 foi italiana. Marco Guida, o árbitro do jogo com a Chéquia, foi auxiliado à distância pelo compatriota Massimiliano Irrati, um dos VAR mais credenciados a nível mundial. Foi o terceiro desafio que Guida dirigiu da seleção nacional, o segundo oficial.
Seguimos uma análise técnica aos lances mais relevantes do encontro, com a perspetiva de um jornal especializado em futebol português.
Início com irregularidade
Logo no pontapé de saída para Portugal, Diogo Dalot estava vários metros dentro do meio-campo adversário, no corredor direito. Se a jogada resultasse em golo, a irregularidade valeria, porque só poderia ser detetada em campo (o VAR não podia intervir nesta situação), explicou a análise.
Contactos na área
No lance do 19', Holes usou as duas mãos para perturbar a ação de Cristiano Ronaldo, que estava à sua frente. Mas a jogada não teve quaisquer repetições que esclarecessem se o contacto foi ou não ilegal, pelo que a equipa de arbitragem aceitou como correta a decisão que (toda) a equipa de arbitragem tomou.
Já o remate de Rúben Dias desviado pelo corpo e não braço de Sulc foi bem assinalado como pontapé de canto para Portugal pela equipa de arbitragem.
Lances na área portuguesa
Aos 26', Coufal arriscou mas não cometeu infração sobre Rafael Leão. O árbitro considerou o lance legal na área da seleção checa.
Aos 32', Ronaldo surgiu isolado na cara de Stanek, permitindo a defesa in extremis do guarda-redes adversário. Apesar de o lance ter sido validado, o capitão português estava ligeiramente adiantado e, se fosse marcado golo, o VAR iria seguramente intervir para anulá-lo.
Advertências e expulsões
Aos 39', Rafael Leão tentou ludibriar o árbitro para que este assinalasse infração inexistente, sendo justamente advertido com o primeiro cartão amarelo da partida.
Aos 57', Patrik Schick cometeu infração sobre João Cancelo, valendo-lhe uma advertência que naquele contexto, pareceu algo excessiva.
Aos 66', Diogo Jota levantou o pé à altura da cabeça de Provod, tocando-o com clara imprudência, sendo bem assinalada a infração pelo árbitro italiano.
Golo do empate e lance polémico no fim
Aos 62', um golo da Chéquia, da autoria de Provod, inaugurou o marcador.
Aos 69', Nuno Mendes disputou bola aérea com Coufal sem carregar irregularmente o adversário, validando-se o golo de Hranac (na própria baliza) que empatou a partida.
Aos 87', um golo de Diogo Jota foi bem anulado por fora de jogo de Cristiano Ronaldo, demonstrando a eficácia [da tecnologia] ao serviço da verdade desportiva.
Já nos descontos, aos 90+1', uma falta clara de Nélson Semedo sobre o Doudera (obstrução com contacto) não foi assinalada pelo árbitro italiano. Ainda assim, Portugal acabou por marcar um golo válido aos 90+2', com Francisco Conceição.