O Boavista, clube histórico da cidade do Porto, enfrenta uma situação crítica, após a confirmação de um novo jogo anulado, que eleva o risco de desclassificação na competição em que está inserido. A partida contra o Ventura, agendada para esta quarta-feira, às 20h00, em Leça da Palmeira, representa o segundo confronto consecutivo que a equipa não consegue disputar, gerando preocupação não apenas entre os dirigentes, mas também entre os adeptos da agremiação axadrezada.

Esta situação resulta de problemas administrativos e, como consequência, o Conselho de Disciplina da Associação de Futebol do Porto deverá pronunciar-se em breve. A falta de comparência do Boavista não é um fenómeno isolado: o encontro contra os Águias de Gaia, que deveria ter ocorrido a 21 de setembro, foi transferido para 30 de novembro. Além disso, o duelo na terceira jornada contra o Panteras Negras FC foi igualmente anulado, resultando numa derrota administrativa por 3-0, devido à falta de jogadores inscritos de forma adequada.

Problemas Administrativos

De acordo com o regulamento disciplinar da AF Porto, a falta de comparência é definida como uma situação em que um clube não inscreve o número necessário de jogadores até às 12h00 do dia anterior ao jogo. Este ponto crítico no regulamento pode levar o clube a enfrentar um processo disciplinar, que investigará se realmente houve falta de comparência injustificada em jogos consecutivos. Se os factos se confirmarem, a equipa pode ser desclassificada da competição e ainda sofrer uma penalização financeira de 600 euros.

O presidente do Boavista, Rui Garrido Pereira, expressou profundo descontentamento com a situação, afirmando que “recebe desde o primeiro instante promessas da SAD sobre o levantamento dos impedimentos”. Pereira sublinha que não tem controle sobre o processo, acrescentando que “não há diferença entre clube e SAD para a FIFA”. Esta situação tem causado danos significativos, não só para o Boavista, mas também para o seu desenvolvimento nas categorias de formação.

Impacto nas Categorias de Formação

Rui Garrido Pereira lamentou: “O Boavista está a ser fortemente prejudicado por uma realidade em que não tem qualquer responsabilidade e que afeta ainda o futebol de formação. O número de atletas na academia do clube aumentou significativamente este ano, mas os impedimentos de inscrição levaram-nos a ter de anular a criação da equipa C de sub-17, que era maioritariamente constituída por atletas mais novos.”

Num panorama mais amplo, o Boavista ainda não competiu nesta temporada, enquanto a SAD do clube, classificada na última posição da divisão principal da AF Porto, já enfrentou algumas derrotas, incluindo um 2-0 contra o Nogueirense e um 2-0 frente ao Rio Tinto. Os atuais treinadores, liderados por Fary Faye, têm apostado na integração de atletas sub-19 da II Divisão nacional, enquanto tentam resolver as restrições impostas pela FIFA que têm prejudicado a utilização de reforços na nova temporada.

Desafios Futuros

Este cenário mostra as dificuldades enfrentadas pelo Boavista a nível profissional, mas também no seu futuro juvenil. A incapacidade de competir e a limitação na inscrição de novos jogadores colocam em risco não apenas o desempenho da equipa principal, mas igualmente a formação de jovens talentos que podem ser essenciais para o clube.

É evidente que o clube precisa de uma solução rápida e eficaz para contornar os problemas administrativos que têm afetado gravemente a sua participação nas competições. O futuro do Boavista, uma instituição com uma rica história no futebol português, poderá depender das medidas que forem tomadas nos próximos dias para assegurar a regularização da sua situação.