Boavista luta para permanecer no Estádio do Bessa

  1. Boavista impedido de jogar no Bessa
  2. Presidente Rui Garrido Pereira
  3. Início da competição a 14 de setembro
  4. Recinto alternativo Parque Desportivo de Ramalde

O Boavista está empenhado em continuar a jogar no Estádio do Bessa, mas a sua utilização está impedida pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a três semanas e meia do arranque da competição de 2025/26, nas distritais da Associação de Futebol do Porto (AF Porto). O presidente do clube, Rui Garrido Pereira, afirmou com determinação: “O lugar do Boavista é no Bessa e é por lá que o futuro passará. Não queremos ter de deslocar a equipa, mas se tal tiver de acontecer, tudo faremos para que o mais breve possível estejamos de volta à nossa casa.” Esta declaração sublinha a ligação afetiva do clube ao seu estádio e a importância desse espaço para a identidade do Boavista.

Integrado na série 5 do quarto e último escalão distrital, o Boavista iniciou os trabalhos de pré-época na sexta-feira, sob a orientação do treinador Luís Merêncio, no complexo contíguo ao Estádio do Bessa, no Porto. O primeiro desafio oficial da equipa está marcado para 14 de setembro, com uma visita ao Ventura, no Complexo Municipal de Leça da Palmeira. Uma semana depois, no dia 21, o Boavista espera receber o Águias de Gaia, com a esperança de que a partida possa ser disputada no seu terreno: “estamos em conversações com vários organismos para poderem realizar o seu primeiro encontro na condição de anfitriões no Estádio do Bessa.”

Desafios e Expectativas

O presidente também expressou a preocupação com as dificuldades enfrentadas pelo clube: “Em 122 anos de história, nunca tantos problemas afetaram o Boavista ao mesmo tempo. No entanto, estamos a executar um plano que, acreditamos, nos permitirá encontrar soluções para a recuperação financeira, o ressurgimento desportivo e, muito importante, a obtenção de novas fontes de receita.” A confiança em melhorar a situação é visível e Rui Garrido Pereira espera que, “aos poucos, confiamos que os problemas serão resolvidos e que o Boavista - mais cedo do que tarde - jogará no seu estádio, perante os seus adeptos e com a identidade de sempre, mas com um fôlego renovado.”

Com um plano de contingência traçado, o Boavista indicou como recinto alternativo à AF Porto o Parque Desportivo de Ramalde, localizado a cerca de 2,5 quilómetros do Bessa e que atualmente é utilizado pelo Panteras Negras Footballers Club, uma nova entidade na mesma divisão e série do Boavista, formada por adeptos que contestam a direção atual. Essa mudança acrescenta pressão sobre a equipa, que precisa de manter a sua identidade e tradição dentro e fora de campo.

Contexto Competitivo e Inscrições

O campeonato dos restantes três escalões da AF Porto começará a 7 de setembro e a Boavista SAD, que detém 10% do capital social do Estádio do Bessa, viu frustrada a sua inscrição na II Liga e na Liga 3, resultado de dificuldades financeiras. Rui Garrido Pereira referiu a complexidade desse cenário: “A ausência de pressupostos financeiros sustentou esse desfecho, que levou o clube liderado por Rui Garrido Pereira a criar uma equipa sénior independente da SAD, numa altura em que as duas entidades enfrentam processos de insolvência.”

A situação é delicada, principalmente depois da descida à II Liga, após uma temporada desastrosa na I Liga, onde o Boavista terminou em último com apenas 24 pontos. O desafio do clube vai muito além do terreno desportivo, sendo necessário mitigar os problemas financeiros para que a história gloriosa do Boavista consiga revitalizar-se. O emblema treze vezes campeão nacional, como recordado por muitos adeptos, é alvo de muitos olhares neste percurso de recuperação.

Apoio dos Adeptos e Futuro do Clube

Com a força dos seus adeptos, a afirmação do clube no Estádio do Bessa é o futuro almejado. Rui Garrido Pereira e a direcção do Boavista acreditam que, com resiliência e apoio, será possível retornar à sua casa em breve. A identidade do Boavista está intrinsecamente ligada à sua história e ao seu estádio, e os associados esperam que esta conexão seja restaurada o mais rápido possível.

Os adeptos, que sempre foram uma força vital para o clube, desempenharão um papel crucial neste processo de recuperação, mantendo viva a tradição e a paixão pelo Boavista. O futuro do clube, assim, está nas mãos da comunidade que o apoia e da direcção que busca incessantemente soluções para os desafios que se avizinham.