Bruno Cancela recorda com mágoa a queda do Boavista aos distritais

  1. Bruno Cancela coordenou as camadas jovens do Boavista.
  2. O Boavista caiu para os distritais da AF Porto.
  3. Cancela trabalhou no Boavista até 2023.
  4. Adeptos do Boavista: “enquanto houver um boavisteiro, o Boavista não acaba”.

Bruno Cancela, antigo coordenador das camadas jovens do Boavista, recorda com mágoa a queda do clube aos distritais da AF Porto. Em entrevista, o treinador português, atualmente nas Ilhas Caimão, não esconde a tristeza pelo momento atual do clube axadrezado.

Num testemunho emotivo, Cancela partilha memórias e expressa a sua preocupação com o futuro do clube, depositando esperança na força dos adeptos para a recuperação.

Dificuldades e Desilusão

“Quando lá estive, já se conseguia prever um pouco o que está a acontecer agora”, assume Cancela, revelando que o dia a dia no clube era marcado por dificuldades. “Quando saí do Boavista (em 2023) já estávamos na altura dos impedimentos de se inscrever atletas a partir dos 16 anos.”

O antigo coordenador lamenta que os esforços para evitar o desfecho não tenham sido suficientes. “Eu e muitas pessoas tentámos fazer adiar este desfecho, mas havia forças maiores e alguns “esqueletos” escondidos pelo Bessa. Se não se conseguisse tirá-los de lá, este desfecho poderia ser uma possibilidade. Infelizmente, isto aconteceu, para tristeza minha”, desabafa Bruno Cancela.

Apoio e Esperança

No dia das buscas da Polícia Judiciária no Estádio do Bessa, Bruno Cancela não conseguiu evitar passar pelo local. “Vi lá o senhor Marques, o senhor do futebol de formação do Boavista. É uma referência na minha vida, uma pessoa que vive o clube como quase ninguém, que ama o clube e me ensinou a amar o Boavista.” O técnico estende o apoio a outra figura importante do clube: “Também tenho muita estima pelo líder da claque, o Sousa, sei o quanto ele está a sofrer. Envio-lhes um forte abraço de muita força.”

Apesar da distância, Cancela mantém-se atento ao percurso do Boavista e recorda um momento recente com emoção. “Confesso, com mágoa mas sem vergonha, que quando o Boavista conseguiu manter-se no jogo com o Vizela (em 2023/2024), com o penálti do Miguel Reisinho, vieram-me as lágrimas, nas Ilhas Caimão. Chorei porque achava que poderia ter sido um balão de oxigénio para que algo mudasse”, recorda o antigo coordenador.

O treinador deposita esperança na força dos adeptos para a recuperação do clube. “Os adeptos têm como lema “enquanto houver um boavisteiro, o Boavista não acaba”. São pessoas boas, que merecem o melhor. É um clube com muito potencial, com muita força. Espero que volte ao rumo certo”, remata Bruno Cancela.