O Boavista está a passar por um período turbulento, com tensões entre a direção do clube e a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) liderada por Fary Faye. O presidente Vítor Murta, que não se recandidatou a um terceiro mandato, acusa a SAD de uma «reiterada ausência de resposta» e de incumprimento do protocolo estabelecido, causando «enorme prejuízo» ao clube.
As eleições para a liderança do Boavista estão marcadas para este sábado, com Filipe Miranda e Rui Garrido Pereira a disputarem a sucessão de Murta. O atual presidente afirma ter recebido uma garantia de 910 mil euros de Miranda para ajudar a SAD a desbloquear as restrições da FIFA, mas diz não ter tido qualquer resposta da administração.
Problemas financeiros e impedimentos da FIFA
De acordo com Vítor Murta, o Boavista enfrenta 16 processos ativos da FIFA, dos quais sete vigoram por três períodos de inscrição e nove têm duração ilimitada, entre abril de 2023 e dezembro de 2024. O advogado lembra que o clube poderia ter desbloqueado os impedimentos no verão de 2023 através da venda de jogadores, mas optou por manter a equipa, o que acabou por prejudicar os resultados desportivos.
Murta reconhece que os problemas financeiros, originados a partir da construção do Estádio do Bessa, ainda persistem. Apesar disso, acredita que o Boavista melhorou durante os seus dois mandatos, com a chegada de «ativos que não existiam» e o «suporte do acionista maioritário da SAD Gérard Lopez».
Mudança de liderança
Murta não foi convidado por Gérard Lopez para continuar na SAD, tendo sido substituído por Fary Faye. O advogado diz estar «chateado e ferido» com a contestação dos adeptos, mas acredita que o clube está agora em pior situação do que quando deixou a liderança. Apesar disso, está disposto a colaborar com os novos candidatos para encontrar soluções para os problemas do Boavista.
As eleições deste sábado serão um momento-chave para determinar o futuro do clube, com Filipe Miranda e Rui Garrido Pereira a disputarem a liderança do Boavista.