Saída inesperada do antigo líder do órgão fiscalizador
Joaquim Agostinho surpreendeu o Boavista ao demitir-se da presidência do Conselho Fiscal do clube no final de agosto, a menos de meio ano das próximas eleições que deverão decorrer até janeiro de 2025.
«Não comento nada. As razões foram apresentadas a quem de direito. Na altura, falei com Tavares Rijo e Vítor Murta, presidentes da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e da direção, respetivamente», disse Agostinho à Lusa.
Implicações da condenação de Vítor Murta
Joaquim Agostinho integrava por inerência o Conselho Geral do Boavista, órgão consultivo do emblema do Bessa, que se reuniu na sexta-feira para analisar as implicações da recente condenação de Vítor Murta por alegado assédio sexual a uma funcionária da SAD.
«Foi lida nessa sessão uma mensagem minha para o presidente do Conselho Geral [Arnaldo Figueiredo] a dizer que, como me tinha demitido anteriormente, entendia que não deveria estar presente nem a ocupar aquele lugar por inerência», acrescentou Agostinho.
Dois mandatos presidenciais de Vítor Murta
Joaquim Agostinho acompanhou quase na totalidade os dois mandatos presidenciais no clube de Vítor Murta, que tinha sido eleito sem oposição como sucessor de João Loureiro em dezembro de 2018, sendo, posteriormente, reconduzido também sem concorrência em janeiro de 2022.
Reprovação das contas de 2022 em Assembleia Geral
O Conselho Fiscal tem, entre outras atribuições, de emitir pareceres sobre os relatórios e contas do clube submetidos em Assembleia Geral, sessão decorrida pela última vez em 26 de abril, quando os associados do Boavista reprovaram o documento referente a 2022, com 46,7% de votos desfavoráveis.
Na altura, as panteras garantiram que essas contas seriam reavaliadas em breve numa nova reunião magna ordinária, em simultâneo com a apresentação do relatório de 2023, que ainda estava a ser ultimado pela direção de Vítor Murta.
Novo candidato à presidência do Boavista
De acordo com o segundo ponto do artigo 99.º dos estatutos do Boavista, «no caso de vacatura do cargo de presidente, o Conselho Fiscal é dissolvido, procedendo-se a novas eleições» para o órgão em causa.
O próximo escrutínio do clube deve decorrer até janeiro de 2025 e tem como primeiro candidato assumido Filipe Miranda, antigo guarda-redes e capitão e atual diretor desportivo do futsal axadrezado, que anunciou essa intenção na sexta-feira, horas antes da reunião efetuada pelo Conselho Geral sobre a situação de Vítor Murta.