Enquanto muita atenção tem sido focada nas mudanças no FC Porto com a eleição de André Villas-Boas como novo presidente do clube, o Boavista também passou por uma revolução própria. Embora não legitimada por um voto dos sócios, a decisão do acionista maioritário Gérard Lopez de remover Vítor Murta e instalar Fary Faye como a nova visão para o futuro trouxe uma perspetiva renovada aos «Panters».
A chegada de Faye foi recebida com alguma desconfiança inicial por parte dos adeptos, que o viam como uma extensão do regime de Murta. No entanto, essa ceticismo foi rapidamente ultrapassado na primeira sessão de treino aberta antes do jogo contra o Vizela. A abordagem afável de Faye, em contraste com o seu antecessor, ajudou a promover uma proximidade muito necessária com os adeptos do clube, que têm sofrido muito nos últimos tempos.
O ouro da formação
E os fiéis do Boavista certamente têm tido razões para sofrer em tempos recentes. Ano após ano, o declínio do clube tem sido previsto, com fornecedores, antigos jogadores, treinadores e outros clubes a bater regularmente à porta exigindo o pagamento de dívidas, algumas com décadas.
Asfixiado financeiramente e incapaz de fazer contratações nos últimos três períodos de transferências, o Boavista teve de recorrer à sua academia de formação - e que benção isso tem sido. Tiago Morais pode ter sido vendido ao Lille, mas o clube manteve os serviços de talentos como Joel Silva, o habilidoso pé-esquerdo que marcou o golo decisivo contra o Vizela para garantir a manutenção; Reisinho, que se prontificou corajosamente a bater o penálti decisivo contra o mesmo adversário; e Martim, que conquistou o penálti que levou a esse resultado.
Um guarda-redes de confiança
Na baliza, João Gonçalves também se revelou um ativo fiável, enquanto Pedro Malheiro é outro produto da formação a marcar presença.
Não importa que planos financeiros o Boavista possa ter para restaurar a sua reputação, o verdadeiro ouro encontra-se nestes jovens jogadores. O alívio da crise não deve servir de pretexto para trazer um contentor de jogadores estrangeiros de qualidade duvidosa. A discrição é a chave, com os jovens plenamente integrados nos planos.