A Assembleia Geral da SAD do Boavista, agendada para amanhã às 18 horas, poderá não trazer decisões claras em relação ao futuro da Sociedade. «O mais provável é que este seja mesmo o cenário viável e que está em cima da mesa», visto que, até ao momento, o principal acionista não apresentou qualquer lista candidata aos Órgãos Sociais da Sociedade Anónima Desportiva. Esta ausência de propostas é condição essencial para que a nova reunião dos acionistas possa ocorrer, depois de ter sido suspensa duas vezes.
O empresário Gerárd Lopez, detentor de 67% do capital da SAD, tem o poder de nomear os administradores, mas ainda não o fez. Se nada for resolvido na AG de amanhã, a SAD entrará num vazio de poder, cabendo ao Conselho Fiscal assumir a gestão. O atual gestor, Vítor Murta, está demissionário, e os administradores espanhóis da confiança de Gerárd Lopez também estão de saída. A situação é delicada, uma vez que a lei obriga os administradores a manterem-se em funções até ao final do mês, não permitindo uma terceira suspensão da AG.
Autogestão a partir de 1 de abril
No extremo, a SAD poderá ser entregue ao Conselho Fiscal a partir de 1 de abril, entrando em autogestão. A incerteza em torno da decisão de Gerárd Lopez persiste, com a possibilidade de este vender a sua participação na SAD. Segundo apurou Record, Lopez já teve oportunidade de vender, mas as propostas não foram consideradas vantajosas para os seus interesses.