À quinta jornada da I Liga, o Boavista liderava o campeonato, mas desde então somou apenas dois pontos em oito rondas. No entanto, a saída de Petit não se deve aos maus resultados, mas sim à difícil situação financeira do clube. O Boavista enfrenta salários em atraso há vários meses, o que tem causado desgaste na figura do treinador, que é muito consensual nas bancadas do Estádio do Bessa.
O problema dos salários em atraso não é novo no clube. Antigos jogadores, como Peter Jehle e Afonso Figueiredo, revelaram em entrevistas que ainda têm salários em falta do período em que representaram o Boavista. Além disso, os problemas financeiros têm afetado as condições de trabalho da equipa, incluindo cortes de água e gás que obrigaram os jogadores a terem que ir a casa tomar banho após os treinos.
O presidente do clube, Vítor Murta, e o diretor-desportivo, Rafael Bracali, têm sido alvo de críticas e divergências por parte da equipa técnica e dos jogadores. A situação ficou ainda mais complicada com a punição da FIFA que impediu o Boavista de inscrever jogadores durante o último defeso, devido a processos interpostos por antigos futebolistas do clube que ainda são credores.
Após um início promissor na atual temporada, em que o Boavista chegou a liderar o campeonato, a equipa acumulou maus resultados. Nas últimas oito jornadas da I Liga, perdeu seis e empatou duas, descendo para o 10.º lugar da tabela. Além disso, foi eliminada da Taça de Portugal pelo Arouca.
A saída de Petit do clube, anunciada como sendo "de mútuo acordo", mostra a dificuldade do Boavista em lidar com os seus problemas financeiros e a falta de cumprimento das suas obrigações. Enquanto se fala de possíveis vendas em janeiro para fazer face às dívidas do clube, a situação atual da equipa é uma incógnita e existe a possibilidade de o Boavista ser um sério candidato à descida de divisão.