As recentes manifestações de sócios e as questões em torno das candidaturas na Assembleia Geral do Benfica têm exposto tensões significativas dentro do clube. A situação ficou evidente quando Rui Costa, na Assembleia Geral ordinária, abordou a performance financeira do clube, destacando a relevância da participação dos associados, afirmando: ““a vossa participação. Como já tenho dito e reitero, o Benfica é tanto mais forte e tanto mais robusto quanto maior for o contributo da sua massa associativa.””
Esta citação realça a necessidade de um apoio sólido para fortalecer o clube, especialmente em tempos de incerteza política.
No entanto, o clima tenso nas últimas reuniões ficou claro quando a Assembleia Geral deste sábado foi suspensa, após a intervenção de Luís Filipe Vieira ter provocado reações adversas entre os sócios. Situações de assobios e protestos indicaram um descontentamento crescente, levando a que a mesa da Assembleia suspendeu os trabalhos. Este episódio ilustra uma divisão cada vez mais acentuada entre os associados, em que Vieira, com sua história no clube, enfrenta uma oposição expressiva. Quando a Assembleia foi suspensa, o cenário se deteriorou a tal ponto que ocorreram ““ameaças de agressão a João Noronha Lopes””
, segundo a imprensa.
Tensões Internas no Clube
Neste clima conturbado, três candidatos já se destacam para a presidência da Mesa da Assembleia Geral. João Correia, recomendado por Vieira e que tem uma vasta experiência com o clube, sublinhou a importância do contexto jurídico, tendo instalado uma sólida defesa do clube durante os seis mandatos de Vieira. Ele representou o clube em vários âmbitos judiciais, o que certamente foi um fator na sua escolha como candidato.
O próprio Vieira parece continuar a influenciar as decisões internas do clube, mostrando que apesar da divisão, ainda persevera em moldar a futura liderança do Benfica, na esperança de que ““se trata de um documento positivo, sólido e que merece a aprovação dos sócios””
em alusão ao Relatório e Contas.
Desempenho Desportivo
Falando sobre resultados desportivos, Rui Costa reconheceu que a última temporada de futebol ““ficámos aquém do pretendido””
. Apesar dos lucros obtidos, que somaram ““um lucro de 7,7 milhões de euros””
, Costa expressou que a falta de resultados desportivos não era um reflexo do investimento realizado.
No futebol, o círculo de insatisfação é evidente, mesmo após as conquistas em modalidades como basquetebol e futsal: ““Queríamos ter vencido mais.””
Este feedback do atual presidente mostra um anseio por melhorias e a necessidade de uma reforma no futebol do Benfica, que ainda se vê à sombra das expectativas por conquistas mais significativas.
O Futuro à Vista
A busca por um novo direcionamento levou a que os candidatos se preparassem já para a próxima Assembleia, numa disputa que promete ser acirrada. Poderá a candidatura de João Correia, vinculada a Vieira, prevalecer sob a pressão crescente dos sócios, que se mostram cada vez mais exigentes sobre o futuro desportivo e administrativo do clube?
A resposta parece depender de um equilíbrio delicado entre tradição e inovação no clube, numa altura em que cada decisão poderá impactar significativamente o rumo do Benfica nos próximos anos.