A defesa de Rui Pinto, criador do Football Leaks, criticou o que considera ser uma ficção dramática
criada pelo Benfica em relação ao seu julgamento. A advogada Luísa Teixeira da Mota destacou que Rui Pinto está a responder por crimes que já foram julgados anteriormente, onde a acusação do Ministério Público (MP) cobre o mesmo período temporal e os mesmos tipos de crimes. Ela enfatizou: “A acusação deduzida pelo Ministério Público [MP] reporta-se ao período temporal de 2016 a 2019. No primeiro julgamento, estava em causa o período temporal de 2015 a 2019. Estão em causa o mesmo tipo de crimes e o mesmo pedaço de vida do arguido.”
A advogada considerou chocante e absurdo
o fato de alguém ser julgado novamente pelos mesmos fatos que já foram objeto de análise judicial, exigindo uma reflexão séria
sobre a questão. Luísa Teixeira da Mota fez referência ao número de 201 crimes de acesso ilegítimo, questionando a lógica que o MP usa para atribuir tantos crimes a Rui Pinto, dizendo que “estar a aceder a muitas caixas de correio alojadas no mesmo servidor poderá configurar vários crimes de violação de correspondência, mas não pode configurar vários crimes de acesso ilegítimo”
.
Impugnação da Acusação
Desta forma, a defesa entende que Rui Pinto não pode ser condenado por crimes de acesso ilegítimo. Além disso, a advogada apontou que “não existem provas suficientes para condenar o arguido pelos crimes de violação de correspondência agravada”
e que os crimes de dano informático foram “ficcionados para subir o número de crimes”
na acusação. Luísa Teixeira da Mota criticou ainda a argumentação do Benfica, que atribuiu a problemas internos a falta de sucesso, afirmando: “O Benfica alega que não foi pentacampeão devido a um estado de ansiedade dos jogadores e da estrutura. A ideia de que o clube colapsou é só ficção dramática”
.
Tragédia na Academia do Benfica
No entanto, a situação de Rui Pinto não é a única a gerar controvérsia; a recente morte trágica de Ivan Honcharuk, um menino de 10 anos, sob a supervisão da Academia do Benfica na Ucrânia, trouxe novos desafios e críticas. Maria Kryvopishyna, diretora da Benfica Football Academy Ukraine LLC, é agora suspeita da morte por afogamento dessa criança em agosto de 2023. O treinador que supervisionava a atividade aquática alegadamente deixou o grupo sem supervisão, resultando na tragédia.
Segundo informes, “os pais, que ligaram repetidamente para o acampamento nesse dia, só souberam pela polícia da morte do filho”
. Essa situação levantou questões sobre a segurança na academia e as responsabilidades dos dirigentes.
Consequências Legais e Administrativas
As autoridades pretendem que Maria Kryvopishyna seja incluída na lista internacional de procurados, iniciando um processo de extradição, o que destaca a gravidade da situação. A tragédia e o caso de Rui Pinto refletem tensões e questões legais significativas que envolvem a administração do clube e a sua reputação.
Luísa Teixeira da Mota exige que Rui Pinto seja julgado com equilíbrio e justiça
e que a sociedade veja as verdades que muitas vezes são ocultadas. A advogada alertou: “Punir de forma agravada alguém que expôs crimes, mesmo obtendo informação por meios ilícitos, transmite uma mensagem ambígua à sociedade”
.
Apelo à Justiça Imparcial
A insistência na justiça imparcial é um chamado não só para o caso de Rui Pinto, mas também para a responsabilidade dentro da estrutura do Benfica, especialmente em casos tão graves como a tragédia em Kiev. A pressão sobre a direção do clube aumenta, à medida que as questões legais e éticas se entrelaçam, exigindo uma fiscalização adequada das suas operações e decisões.
O futuro tanto de Rui Pinto quanto da Academia Benfica está agora sob a lupa, com a sociedade a esperar respostas adequadas e a responsabilização dos envolvidos. O que se exige é que a justiça prevaleça e que a segurança, tanto dos jogadores como das crianças, seja garantida em todas as circunstâncias.