A polémica em torno do voto eletrónico nas eleições do Benfica continua a ganhar contornos, especialmente após as recentes declarações de João Noronha Lopes. O candidato à presidência do clube da Luz afirmou que os novos estatutos do clube impedem que o voto eletrónico seja feito em urna fechada. Noronha Lopes expressou a sua surpresa relativamente às críticas que surgiram de outras listas, apontando que, “nenhuma delas apresentou forma concreta de compatibilizar o voto eletrónico à distância com o requisito estatutário do depósito do voto em urna fechada”.
Este tipo de votação, enfatizou Noronha Lopes, dificulta a integridade do processo eleitoral: “os novos Estatutos determinam que o voto contado, mesmo eletrónico, é o depositado em urna fechada. Delegar num terceiro o depósito de um recibo que o sócio não verificou fere obviously os Estatutos e qualquer prática eleitoral credível — algo inexistente no mundo por razões óbvias.”
Reunião com Outros Candidatos
Após uma reunião com outros candidatos, na qual o tema foi discutido, o empresário destacou a necessidade de um cumprimento rigoroso dos estatutos: “a nossa posição foi clara: apenas a segunda opção é viável ao abrigo dos novos Estatutos.”
Na verdade, o artigo 48.º dos novos Estatutos é bastante claro sobre o tema do voto eletrónico e o que se considera aceitável. Primeiro, existe a possibilidade de voto eletrónico, mas precisa de ser decidido por unanimidade dos representantes das listas. Em caso de voto eletrónico, deve haver uma verificação rigorosa dos resultados pelos votos em urna fechada. Portanto, a sua postura não é apenas uma questão de opinião, mas um respeito pelas regras estabelecidas pelos sócios do clube.
Defesa da Integridade Eleitoral
Noronha Lopes concluiu que todas as alternativas propostas que não respeitam as normas dos Estatutos violam a vontade dos sócios. Defendeu que a defesa da integridade eleitoral deve ser uma causa comum e que as secções de voto devem ser abertas em várias localidades para garantir a participação máxima. “Os Estatutos permitem — e incentivam — abrir tantas secções de voto quantas as necessárias à mais ampla participação dos sócios.”
Este dilema sobre o voto eletrónico levanta questões sobre a validade das propostas de outros candidatos. Com a eleição se aproximando, a necessidade de diálogo e busca de soluções respeitadoras dos estatutos torna-se cada vez mais premente. O foco do debate deve ser, sem dúvida, a integridade do processo eleitoral e a participação dos sócios em um ato que promete ser um marco na vida do clube.