A recente decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) suspendeu a interdição de um jogo no Estádio da Luz, um castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina da FPF devido ao comportamento dos adeptos durante o clássico entre o Benfica e o FC Porto, realizado a 6 de abril. O TAD, ao dar provimento à providência cautelar apresentada pelo clube, destacou que a interdição do estádio acarreta muitos prejuízos
para o Benfica, afirmando que, ““em particular pela privação de receitas publicitárias e bilhéticas””
. Esta posição reflete a preocupação do tribunal com o impacto que tal sanção teria no clube, especialmente em termos financeiros.
O Benfica alegou que a decisão do Conselho de Disciplina ““está ferida de nulidade por violação das garantias de defesa e do direito a um processo justo e equitativo””
. Além disso, os 'encarnados' argumentaram que o CD cometeu um erro no julgamento dos factos, uma crítica que se baseia na falta de identificação clara dos deveres violados
durante o jogo. O Tribunal afirmou ainda que não identificou qualquer prejuízo relevante para a FPF com a suspensão da sanção, além de um mero atraso na sua execução. Por sua vez, a FPF não se opôs à providência cautelar, embora tenha enfatizado que esta atitude ““não implica qualquer confissão dos factos””
defendidos pelo Benfica.
Sanções e Comportamento dos Adeptos
Os adeptos do Benfica foram alvo de sanções devido ao arremesso de artefactos pirotécnicos em direção a apoiantes do FC Porto no clássico, o que trouxe uma grave consequência para o clube. Contudo, a defesa do Benfica ressalta que para concluir que os culpados são adeptos do clube, seria necessária uma identificação policial ou a nomeação dos bilhetes, o que não foi feito. Esta situação levanta questões sobre a responsabilidade dos clubes em relação ao comportamento dos seus apoiantes e a forma como as punições são atribuídas.
A suspensão da interdição enquanto o caso é analisado traz alívio ao Benfica, que poderá continuar a receber os seus adeptos e a realizar jogos em casa, mantendo assim uma fonte crucial de receita. Esta decisão é vista como um passo positivo na luta do clube contra a sanção imposta.
Implicações para o Clube
No entanto, o clube continua a lutar contra a decisão do CD, sublinhando as sérias implicações que esta sanção poderia ter em termos de reputação e finanças. A posição do Benfica, ao contestar a decisão, é um reflexo da sua preocupação com o futuro e a estabilidade financeira do clube.
O desfecho deste caso no TAD será observado atentamente, tendo em conta as suas repercussões para o futuro das sanções a clubes por comportamentos dos seus adeptos. A decisão pode estabelecer um precedente importante para a forma como as instituições desportivas tratam incidentes similares no futuro.