O clima político no Benfica aquecia à medida que se aproximavam as eleições, levando a declarações contundentes de figuras relevantes. Gaspar Ramos, antigo director desportivo do clube, não poupou críticas às iniciativas do actual presidente Rui Costa, descrevendo-as como “uma perfeita loucura”. Ramos referiu-se especificamente ao ambicioso projecto “Benfica District”, que inclui a ampliação da capacidade do Estádio da Luz e melhorias nas suas imediações, afirmando: “É evidente que as pessoas que têm bom senso e são equilibradas reconhecem que isto é meramente um acto eleitoral... Não é possível, e falar nisto até é ofensivo, quando todos sabemos das limitações económicas e financeiras que o Benfica tem”.
A proposta de aumentar a lotação do estádio foi oficialmente apresentada por Rui Costa, que ambiciona que as obras estejam concluídas a tempo da Copa do Mundo de 2030. “Tudo isto é campanha eleitoral. O Benfica é um clube eterno, não acaba amanhã. Um dia, se calhar, vai ser necessário o Benfica fazer uma obra idêntica à que agora se propõe”, continuou Ramos, enfatizando a imprudência de comprometer o futuro do clube com promessas eleitorais.
Pressão sobre Rui Costa
Na corrida eleitoral, a candidatura de João Diogo Manteigas, “Benfica Vencerá”, também estava atenta ao que se passava. A candidatura anunciou que foi convidada para uma reunião com o presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, onde seriam discutidos os procedimentos para o próximo processo eleitoral. O candidato Manteigas afirmou: “Estaremos presentes e com total disponibilidade para contribuir para o sucesso de umas eleições que se desejam um exemplo de democracia que honre a história do Benfica”.
Ramos continua a destacar os riscos associados às manobras de Rui Costa, sublinhando que a falta de moderação pode levar o clube a um estado crítico: “Deveria haver mais moderação, não dar um passo mais largos que a nossa capacidade, porque pode justificar um clima terrível...”. O objetivo, segundo ele, é fazer uma cara nova da equipa até às eleições, com o risco de comprometer a saúde financeira do clube a longo prazo.
Consequências da Liga dos Campeões
A pressão sobre Rui Costa aumentava, especialmente considerando o impacto da performance do clube na Liga dos Campeões. Ramos alertou que a eliminação da Champions poderia ter consequências catastróficas. “Se o Benfica for eliminado da Liga dos Campeões, isso é algo integrado no plano de Rui Costa até outubro. Ele quer fazer um brilharete...”, disse Ramos, cujas palavras ecoam um sentimento de preocupação sobre as verdadeiras intenções que estão a moldar as actuais decisões do clube.
Com a luta pela presidência a esquentar, as manobras eleitorais e os projectos ambiciosos colocam o Benfica num turbilhão. O desfecho das próximas semanas será crucial para entender o futuro do clube e a validade das promessas feitas, tanto por Rui Costa como pela candidatura “Benfica Vencerá”.