Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, apareceu hoje em tribunal com uma determinação evidente ao discutir o caso Saco Azul e a alegação de que a empresa Questão Flexível levou a cabo serviços financeiros no clube. Ele afirmou, ““Ao longo do tempo, vamos criando uma relação e comecei a ter uma confiança lúcida. Tenho a certeza de que o serviço foi executado. O Miguel Moreira contou-nos o que era o projeto e, com aquilo que ele transmitiu, fiquei sereno””
. Essa confiança, segundo Vieira, é um reflexo do vínculo estabelecido com sua equipa.
Ele também comentou sobre a natureza da sua gestão, revelando que frequentemente assinou contratos sem os rever em detalhe. ““Fazer um contrato para desviar dinheiro do Benfica era impossível. Não é convicção só por gostar dele. É uma confiança lúcida, por decisões que tinham sido tomadas, que iam sempre ao encontro do que estava acordado””
, afirmou, defendendo a sua postura de que a integridade das operações financeiras tinha sido mantida sob a sua liderança.
Orgulho no Trabalho Realizado
Vieira, que ocupou a presidência do Benfica entre 2003 e 2021, expressou orgulho pelo trabalho desenvolvido. ““Tenho muito orgulho no trabalho que desenvolvemos até à minha saída. Éramos um exemplo em termos europeus e muitos clubes tentaram-nos copiar””
, partilhou. Ele também destacou a transformação financeira do clube, recordando que o Benfica chegou a ter uma dívida de 380 milhões de euros, que foi reduzida para menos de 100 milhões durante o seu mandato.
“O Benfica foi bem gerido e eles tiveram uma quota-parte nisso. A SAD teve sempre um resultado positivo”, acrescentou, sublinhando a eficácia da administração que liderou e o impacto positivo das suas decisões financeiras.
Contexto do Julgamento
O contexto do julgamento envolve questionamentos sobre alegados pagamentos fictícios à empresa, que totalizam mais de 1,8 milhões de euros. Durante o julgamento, o proprietário da Questão Flexível, José Bernardes, afirmou que ““sem demonstrações, não há contratos””
, uma declaração que foi contestada ao longo da audiência. Enquanto isso, Miguel Moreira, ex-diretor financeiro do clube, defendeu a qualidade dos serviços prestados, garantindo que ““o sistema nunca teve um crash ou um prejuízo que fosse””
.
A próxima sessão deste processo está agendada para 14 de maio, continuando com os testemunhos. O ex-presidente do Benfica enfrenta acusações sérias, incluindo crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos, o que continua a provocar um intenso escrutínio público e é um ponto fundamental na história recente do clube.