Luís Filipe Vieira defende-se em tribunal no caso Saco Azul

  1. Luís Filipe Vieira em tribunal hoje
  2. Dívida do Benfica reduzida de 380 milhões
  3. Próxima sessão marcada para 14 de maio
  4. Acusações incluem fraude fiscal e falsificação

Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, apareceu hoje em tribunal com uma determinação evidente ao discutir o caso Saco Azul e a alegação de que a empresa Questão Flexível levou a cabo serviços financeiros no clube. Ele afirmou, ““Ao longo do tempo, vamos criando uma relação e comecei a ter uma confiança lúcida. Tenho a certeza de que o serviço foi executado. O Miguel Moreira contou-nos o que era o projeto e, com aquilo que ele transmitiu, fiquei sereno””. Essa confiança, segundo Vieira, é um reflexo do vínculo estabelecido com sua equipa.

Ele também comentou sobre a natureza da sua gestão, revelando que frequentemente assinou contratos sem os rever em detalhe. ““Fazer um contrato para desviar dinheiro do Benfica era impossível. Não é convicção só por gostar dele. É uma confiança lúcida, por decisões que tinham sido tomadas, que iam sempre ao encontro do que estava acordado””, afirmou, defendendo a sua postura de que a integridade das operações financeiras tinha sido mantida sob a sua liderança.

Orgulho no Trabalho Realizado

Vieira, que ocupou a presidência do Benfica entre 2003 e 2021, expressou orgulho pelo trabalho desenvolvido. ““Tenho muito orgulho no trabalho que desenvolvemos até à minha saída. Éramos um exemplo em termos europeus e muitos clubes tentaram-nos copiar””, partilhou. Ele também destacou a transformação financeira do clube, recordando que o Benfica chegou a ter uma dívida de 380 milhões de euros, que foi reduzida para menos de 100 milhões durante o seu mandato.

“O Benfica foi bem gerido e eles tiveram uma quota-parte nisso. A SAD teve sempre um resultado positivo”, acrescentou, sublinhando a eficácia da administração que liderou e o impacto positivo das suas decisões financeiras.

Contexto do Julgamento

O contexto do julgamento envolve questionamentos sobre alegados pagamentos fictícios à empresa, que totalizam mais de 1,8 milhões de euros. Durante o julgamento, o proprietário da Questão Flexível, José Bernardes, afirmou que ““sem demonstrações, não há contratos””, uma declaração que foi contestada ao longo da audiência. Enquanto isso, Miguel Moreira, ex-diretor financeiro do clube, defendeu a qualidade dos serviços prestados, garantindo que ““o sistema nunca teve um crash ou um prejuízo que fosse””.

A próxima sessão deste processo está agendada para 14 de maio, continuando com os testemunhos. O ex-presidente do Benfica enfrenta acusações sérias, incluindo crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos, o que continua a provocar um intenso escrutínio público e é um ponto fundamental na história recente do clube.