O Benfica enfrenta um dilema intrigante com o regresso de Ángel Di María, após cumprir um jogo de castigo. A questão que se impõe a Bruno Lage é se deve reintegrar imediatamente o jogador no onze, considerando que a equipa tem exibido um desempenho superior na sua ausência. Sem o internacional argentino, a equipa encarnada tem demonstrado uma melhoria nas suas estatísticas, com uma taxa de vitórias notoriamente superior e uma maior eficácia em termos de golos marcados e sofridos.
Nas 37 partidas em que Di María participou, seja como titular ou vindo do banco, o Benfica obteve uma taxa de 67,6% de vitórias, 13,4% de empates e 18,9% de derrotas, marcando 88 golos e sofrendo 35. Contrapõe-se a isto os números das 15 partidas em que o jogador esteve ausente, onde a equipa conseguiu 80% de vitórias, 6,7% de empates e apenas 13,3% de derrotas, com 42 golos marcados e apenas 11 sofridos, demonstrando um registo impressionante. Esta diferença levanta questões sobre a real influência de Di María no coletivo, apesar do seu reconhecido talento.
Alternativas a Di María
Com o atacante Pavlidis em ascensão, contribuindo com 28 golos e 10 assistências nesta temporada, e com outros jogadores como Akturkoglu e Aursnes a mostrarem-se fundamentais, Lage tem várias opções para compor o seu ataque. O treinador também precisa considerar os retornos de Kokçu e Florentino, que adicionam robustez ao meio-campo, e a frescura de Schjelderup e Bruma, que emergem como alternativas viáveis para preencher a posição deixada por Di María.
A versatilidade e a forma recente dos seus jogadores podem influenciar a decisão de Lage. A química demonstrada entre os jogadores que têm estado em campo pode ser um fator decisivo na escolha da formação que enfrentará o Estoril. Além disso, a pressão sobre Di María para recuperar o seu lugar pode gerar um ambiente competitivo interno, que poderá ser benéfico para o colectivo.
Desempenho Histórico
A situação é ainda mais complexa quando se considera o histórico de Di María contra equipas nacionais. Curiosamente, o extremo argentino nunca teve a oportunidade de jogar no Estádio António Coimbra da Mota, onde o Benfica se prepara para enfrentar o Estoril. Com a pressão para que Di María atue e o desejo de que marque ou assista pela primeira vez diante dos canarinhos, a decisão de Lage poderá ser crucial não só para o jogo em questão, mas também para a dinâmica da equipa a longo prazo.
Enquanto a equipa parece prosperar sem ele, a notícia da sua disponibilidade agrega uma camada adicional de incerteza ao planejamento táctico do treinador. Pode ser que a reintegração de Di María em campo necessite de ajustes não apenas na sua posição, mas em toda a estrutura do jogo da equipa, o que poderá ter repercussões significativas no desempenho futuro do Benfica.