O presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, levantou questões cruciais durante o julgamento do caso 'Saco Azul'. Respondendo a uma acusação de fraude, Rui Costa afirmou: “Na altura, neste caso, eu não estava na presidência, mas era administrador do clube. Não tenho muito para acrescentar.” Em sua declaração, enfatizou a confiança nas pessoas envolvidas: “Havia confiança nas pessoas. Quando se levantou a questão deste contrato foi-me dada a explicação. Para mim, plausível.”
Rui Costa detalhou também a sua amizade com Miguel Moreira, um dos arguidos, dizendo: “Conheço bem o Miguel Moreira, posso dizer que sou amigo dele, sim. Trabalhámos 15 anos juntos no Benfica.” O presidente admitiu que nem sempre os contratos eram debatidos no Conselho de Administração, destacando que “muitas das vezes” o debate se concentrava em resumos das situações: “Sim, é isso. Muitos desses contratos passavam pelas nossas mãos, sim.” Quando foi questionado sobre a validade financeira dos contratos, Rui Costa respondeu: “Não. Não é um contrato extraordinário, mas também não é banalizado.”
Defesa do Clube
João Medeiros, advogado do Benfica, sustentou que “não vou falar pelas testemunhas, muito menos pelo presidente do clube.” Ele reafirmou a validade dos contratos, afirmando que “os contratos tinham razão de ser, que os contratos foram verdadeiros e não fictícios como é dito e insinuado pelo Ministério Público.” Além disso, Medeiros defendeu a linha de responsabilidade individual, sublinhando que “cada pessoa, nas circunstâncias de uma determinada empresa, tem as suas responsabilidades.”
Durante uma análise mais técnica, Rui Costa declarou: “Se fosse a ler todos os contratos que passam pelo Benfica não faria mais nada.” O presidente enfatizou que o clube evoluiu tecnologicamente, embora reconheça que a sua função se limitava ao futebol: “Na altura, o meu papel era muito ligado ao futebol, ao planeamento da equipa.”
Impacto na Instituição
Ao final do seu testemunho, Rui Costa expressou que o impacto do processo teve consequências significativas. Nas suas palavras, “a nível futebolístico foi bastante prejudicial.” A confiança e as relações dentro do clube foram temas recorrentes durante o julgamento, refletindo a dinâmica complexa entre gestão, confiança e a necessidade de supervisão.
A preocupação central gira em torno de como as instituições desportivas gerem as suas relações contratuais e qual o impacto de denúncias externas sobre a sua operação, algo que claramente preocupa os dirigentes do Benfica. O presidente concluiu afirmando que “nada nos faz desconfiar de Miguel Moreira. Foi tudo justificado.”