No último domingo, o clássico entre o FC Porto e o Benfica, realizado no Estádio do Dragão, não se destacou apenas pelo resultado expressivo de 4-1 a favor dos ‘encarnados’. O encontro também ficou marcado por uma intervenção policial que deixou adeptos atónitos. A Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA) pronunciou-se imediatamente, exigindo uma investigação ao alegado uso excessivo da força por parte da Polícia de Segurança Pública (PSP).
A APDA qualificou como “absolutamente inaceitável” o incidente em que um agente da PSP disparou balas de borracha contra os adeptos na bancada onde se encontrava a claque Coletivo Ultras 95, do FC Porto. O disparo ocorreu a apenas um metro de distância, atingindo aleatoriamente dois cidadãos, o que a associação considera uma ação “desproporcional e perigosa”. Esta abordagem não só infringe as normas de segurança, como também representa uma grave violação dos direitos dos adeptos.
Requisitos de Intervenção Policial
O comunicado da APDA sublinha que o uso da força policial deve obedecer a princípios fundamentais de necessidade, proporcionalidade e adequação. A utilização de meios não letais deve ser uma medida de último recurso, garantindo que se respeitem os protocolos específicos estabelecidos para eventos desportivos. O disparo à queima-roupa contraria a conduta esperada em situações de contenção de distúrbios, podendo resultar em abuso de autoridade.
A diretiva interna da PSP proíbe expressamente a utilização de armas de fogo, sejam elas letais ou não, em contextos de desordem pública, exceto quando confrontada com uma ameaça clara e incontrolável. A APDA argumenta que o incidente evidencia a necessidade urgente de apurar responsabilidades e reavaliar os protocolos de intervenção da polícia em eventos desportivos, especialmente em contextos de rivalidade histórica como o clássico entre o FC Porto e o Benfica.
Consequências e Repercussões
O incidente gerou uma onda de indignação entre os adeptos e observadores do futebol português, levantando questões sérias sobre a abordagem da PSP em eventos massivos. A segurança dos adeptos deve ser uma prioridade, e as ações policiais devem ser sempre proporcionais à situação. A APDA convocou a necessidade de um debate público sobre a conduta policial e a proteção dos direitos dos adeptos, enfatizando que episódios como este não devem repetir-se.
Enquanto a APDA continua a pressionar por uma investigação e por mudanças nos protocolos, o impacto deste incidente poderá reverberar para além deste clássico, potencialmente afetando a relação entre torcidas, clubes e autoridades policiais em eventos futuros. A esperança é que este evento sirva como um catalisador para a reforma e promoção de um ambiente mais seguro e respeitoso em torno do desporto em Portugal.