O Sport Lisboa e Benfica e o atleta Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico do triplo salto em Tóquio 2020, preparam-se para um confronto nos tribunais. Após o atleta ter avançado com uma ação no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) visando uma indemnização e o reconhecimento de justa causa na rescisão unilateral do contrato que o ligava ao clube, a formação encarnada prepara o contra-ataque.
Liderado por Rui Costa, o Benfica vai pedir uma indemnização de 2 milhões de euros ao atleta, justificando este pedido com o alegado incumprimento das obrigações contratuais por parte de Pichardo, os danos de reputação causados ao clube e os prejuízos desportivos decorrentes da sua decisão. A ação judicial deverá ser formalmente apresentada em breve. O desfecho deste caso judicial poderá ter implicações significativas para o futuro de Pedro Pablo Pichardo e para a sua carreira desportiva, bem como para a imagem do Benfica e a sua relação com os atletas.
O Início do Conflito
Recorde-se que Pedro Pablo Pichardo representou o Benfica desde abril de 2017 até 13 de janeiro de 2025, data em que comunicou a rescisão do contrato válido até ao final dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028, alegando divergências irreconciliáveis com a direção do clube.
Em março de 2025, após a conquista da medalha de ouro nos Europeus de pista coberta em Istambul 2023, tornou-se público o desentendimento do atleta com Ana Oliveira, diretora do projeto olímpico e do atletismo do Benfica. No ano anterior, Pichardo havia recusado o processo de filiação na plataforma da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).
O Processo Disciplinar do Benfica
Após o anúncio público da rescisão unilateral do contrato, o Benfica reagiu com a instauração de um processo disciplinar com vista ao despedimento do atleta. O clube justificou a medida com as faltas de Pichardo a exames médicos para os quais havia sido convocado após os Jogos Olímpicos, bem como com a sua recusa em inscrever-se na plataforma de atletas, apesar de ter sido repetidamente solicitado a fazê-lo.
A SAD benfiquista espera que o tribunal reconheça a validade dos seus argumentos e condene o atleta a pagar a indemnização de 2 milhões de euros.
A Defesa de Pichardo
O atleta, de 31 anos, procura o reconhecimento de justa causa para a rescisão e uma indemnização por parte do clube. Sem perspetivas de acordo entre as partes, o caso seguirá para a decisão dos tribunais, onde o Benfica procurará obter a compensação financeira que considera devida pelos danos causados pela rescisão de Pichardo.
O atleta não participou nos Europeus nos Países Baixos, mas tem previsto o seu regresso à competição no dia 26 de abril, na Liga Diamante, numa etapa a realizar na China.
Implicações Futuras
O Benfica defende que Pichardo não cumpriu as suas obrigações contratuais e que a sua rescisão causou prejuízos significativos ao clube, tanto a nível financeiro como desportivo.
Este caso promete ser um dos mais mediáticos do desporto português nos próximos tempos, com as duas partes dispostas a lutar pelos seus interesses nos tribunais.