O hiato dos jogos do Benfica na Luz contra Barcelona e Nacional ficou, à boa maneira portuguesa, marcado por mais uma polémica extra campo: o suposto convite de Frederico Varandas, presidente do Sporting, a Bruno Lage, hoje treinador do Benfica, em maio de 2023, para, alegadamente, iniciar um novo ciclo em Alvalade após época horribilis do leão a nível interno, com o 4.º lugar na Liga, eliminado da Taça de Portugal pelo Varzim e derrotado na final da Taça da Liga pelo FC Porto.
Bruno Lage fez a antevisão do jogo com o Nacional, 'entalado' entre a eliminatória da UEFA Champions League com o Barcelona, e foi questionado sobre um alegado jantar com Frederico Varandas. O assunto levou a duas tomadas de posição públicas por parte de Bruno Lage, antes e depois da consistente vitória sobre os madeirenses na pausa entre os compromissos da Uefa Champions League, mas justificava tanto assim?
O direito de Bruno Lage negociar com quem quisesse
Em maio de 2023, o treinador do Benfica não tinha trabalho — deixou o Wolverhampton em outubro de 2022 e assumiu o Botafogo em julho — e, por isso, era livre e mais do que livre de negociar com quem quisesse. Sim, o passado umbilicalmente ligado ao Benfica, com o auge no campeonato conquistado de remontada em 2019, deixaria sempre espaço para a polémica se instalar, mas Bruno Lage estaria no seu pleno direito de assumir o projeto em Alvalade, assim considerasse o passo certo para a carreira.
A resposta de Bruno Lage: menos elegante do que deveria
Na segunda intervenção sobre o assunto, auxiliado pelo bloco de notas, Lage colocou as garras de fora e, ao contrário da progressão que a equipa tem tido em campo depois de muito ter abanado em janeiro, revelou que continua a vacilar a nível comunicacional quando tem de fazer a diferença. Haveria, com toda a certeza, forma mais elegante e menos ressabiada para falar do assunto, que deveria trazer mais complicações e julgamentos a Frederico Varandas do que ao treinador do Benfica.
O precedente da confiança em Rúben Amorim
Afinal, todos nos lembramos da confiança quase cega que o presidente dos leões sempre mostrou em Rúben Amorim e eventuais jantares com outros treinadores, quando tinha um com contrato até 2026, seria a prova de que, como todos os outros, Amorim dependia de a bola bater ou não na trave...