Embora por vezes o treinador do Benfica, Bruno Lage, seja acusado de ser demasiado flexível na abordagem aos jogos, a verdade é que ninguém o pode criticar por ficar de braços cruzados perante os problemas táticos que a sua equipa enfrenta.
A capacidade de adaptação de Bruno Lage
De facto, Lage é um técnico ajustável, sabendo que por vezes basta uma pequena alteração para mudar toda a dinâmica da equipa, para melhor ou para pior. Quando substituiu o alemão Schmidt, Lage fez acertos de detalhe que se revelaram decisivos, uma vez que o antecessor tinha uma ideia já esgotada. Agora, o treinador português quer combater a falência da sua própria ideia inicial, assumindo a responsabilidade de tentar resolver os problemas, como a dificuldade da equipa em encadear três passes seguidos, algo que inicialmente havia lamentado ser culpa dos jogadores.
A vitória sobre o Boavista e as melhorias táticas
A vitória sobre o Boavista, que colocou o Benfica na liderança da Liga, reforçou os indicadores positivos desta mutação tática da equipa. A expulsão de Reisinho precipitou aquilo que Vaclik adiava, com melhorias evidentes das águias.
Apesar de a pantera não ter brilhado muito no ataque, a equipa de Lage ganhou com uma construção a três, que aumentou a influência de Carreras, mais dentro do jogo e a estabelecer uma linha de comunicação eficaz com Dahl, reforço de inverno que tem deixado boa primeira impressão. Com o sueco projetado na ala, tal como Leandro Sántos, Amdouni e Bruma procuraram fazer a diferença por dentro, formando com Aursnes e Kokçu um quadrado que aumentou o jogo interior. Sacrificou-se alguma capacidade para atacar a profundidade, pelo menos até Pavlidis entrar e marcar, mas Belotti mostrou capacidade associativa e acutilância na área.