Uma nova etapa nos Estados Unidos
Petar Musa, avançado croata, chegou aos Estados Unidos da América há pouco mais de um ano para dar um novo rumo à sua carreira. Não sendo um dos indiscutíveis nas opções de Roger Schmidt no Benfica, Musa assinou pelo Dallas, emblema da MLS, uma aposta da qual não se arrepende.
Cheguei a uma fase da minha carreira em que queria ir para uma equipa onde pudesse ter alguma consistência e sentir ainda mais a confiança do treinador. Queria jogar o mais possível e fazer uma boa época, não estava descontente no Benfica, apenas procurava um clube onde pudesse jogar mais. Foi por isso que tomei a decisão de ir para o Dallas. Falei com o treinador e o proprietário do Dallas, que me explicaram todo o seu projeto e me deixaram muito impressionado. Não tivemos uma grande época como equipa, mas, individualmente, tive um ano muito bom. Depois da minha última época, mostrei a todos os que duvidaram da minha saída do Benfica para a MLS que foi uma decisão acertada. Não me arrependi nem um bocadinho, contou o croata.
Gonçalo Ramos à frente na hierarquia
Efetivamente, o principal objetivo de Musa confirmou-se. O internacional croata era aposta regular e correspondeu com golos na primeira época no futebol norte-americano, tendo marcado 17 golos em 34 jogos. Mas, olhando para trás, Musa tem uma explicação para não ter sido a primeira opção de Roger Schmidt quando chegou à Luz:
Não foi uma situação fácil para mim, porque o Gonçalo Ramos estava a fazer uma época fantástica e a marcar muitos golos. Roger Schmidt decidiu pô-lo a jogar em vez de mim e não havia nada que eu pudesse fazer, só tinha de continuar a trabalhar mais para tentar convencê-lo a pôr-me no onze inicial. Não estava a jogar regularmente, mas estava a trabalhar muito e a ser paciente, e sempre que entrava no jogo, marcava muitas vezes. Isso deixa-me muito feliz, porque o trabalho árduo compensa sempre. Estava a treinar muito para ter a minha oportunidade e agarrá-la com as duas mãos. Estava sempre à espera da minha oportunidade e, no final da época, levantámos o troféu todos juntos como uma equipa, o que era o mais importante.
Primeira passagem por Portugal
Musa também recordou a sua chegada a Portugal, para representar o Boavista:
Mudei-me para Portugal, um país que adora futebol e que é uma fábrica de talentos. Desde o meu primeiro dia em Portugal, vi que gostavam de jogar com bola e que não se corria tanto com a bola, o que era diferente. Senti que o meu lugar era ali e foi uma boa época para mim. As pessoas lá são muito simpáticas, a comida também é muito boa, e também tive outro colega de equipa dos Balcãs (Ilija Vukotic), que falava a minha língua e me ajudou muito. Todo o ambiente à minha volta no Boavista era perfeito, dentro e fora do campo. Foi fácil para mim sentir-me bem, e se te sentires bem fora do campo, sentir-te-ás ainda melhor em campo. Foi tudo muito bom, e gostei muito da minha passagem por Portugal.
Futebol no sangue
Musa sublinha ainda que a Croácia «não é um país muito grande», mas tem «muitos talentos» e que foi, com naturalidade, que decidiu apostar no futebol:
No nosso país, todos querem ser futebolistas. Se perguntarmos a qualquer criança, ela dir-nos-á que quer ser futebolista quando crescer... está no nosso ADN, explicou, ainda que reconheça que nem todos podem lá chegar:
Quando se é miúdo e se diz à família que se quer ser jogador de futebol profissional, à partida parece impossível. Mas, no meu caso, foi possível porque a minha mãe sempre me apoiou muito desde o primeiro dia. Nunca me pressionou, mas às vezes dava-me conselhos. Não tive qualquer pressão dos meus pais, apenas me apaixonei pelo jogo por mim próprio. Era o que eu mais gostava de fazer, jogar futebol com os meus amigos na escola e, quando acabava a escola, ia para os treinos. O futebol foi sempre o mais importante na minha vida.