Benfica vinga-se na segunda mão
Se os golos ficaram em falta na primeira mão, tendo em conta o volume de remates e futebol ofensivo, o mesmo não se pode dizer do jogo que decidiu esta eliminatória. Com seis golos bem divididos nesta noite de quarta-feira (3-3), o Benfica eliminou o Monaco e assegurou um lugar nos oitavos de final da Liga dos Campeões.
A eliminatória chegou a parecer arrumada relativamente cedo, com o Benfica a vencer por 2-0 no jogo da primeira mão. No entanto, os ares de liga milionária atrapalharam as contas e a águia sentiu a turbulência no voo. Apesar disso, tudo acabou em sorrisos, com as peripécias a darem graça à história do playoff. O Benfica segue agora para os oitavos de final, onde enfrentará o Barcelona ou o Liverpool.
Ausências não se fizeram sentir
As ausências de jogadores importantes como Manu Silva e Florentino foram um tema recorrente na caminhada até este jogo europeu, mas a verdade é que, chegada a hora de jogar futebol, não foram sentidas. Nos minutos iniciais, o médio luxemburguês Leandro Barreiro esteve sempre muito envolvido, tendo sido o autor da primeira ocasião do jogo, de um susto de (mais uma) lesão e ainda da ação que originou o primeiro golo.
Falta de eficácia na primeira mão
Outro aspeto relevante foi a falta de golos na primeira mão, que deixava o Benfica com uma vantagem de 2-0, mas que não era uma garantia de sucesso na Liga dos Campeões. Essa vantagem revelou-se apenas um conforto extra, pois foi a partir daí que vimos, pela primeira vez nesta eliminatória, o Monaco assumir o controlo das operações. Isso fez sentir a falta de eficácia, especialmente com a crescente tendência dos monegascos - hoje em 3x5x2, ao contrário da primeira mão - procurarem a finalização em zonas onde normalmente surgiria um médio defensivo mais natural.
Reviravolta e final tumultuoso
Esses problemas não foram resolvidos ao intervalo e a segunda parte abriu com Eliesse Ben Seghir em grande. O jovem que já tinha marcado ao Benfica em novembro voltou a aparecer em bom nível e, depois de um aviso nos primeiros instantes do regresso ao relvado, aproveitou os espaços para, aos 51 minutos, assinar a reviravolta na noite e o empate na eliminatória.
Jorge Jesus lançou Dahl e Amdouni, aproximando a sua equipa de um formato semelhante àquele que foi apresentado com sucesso no passado sábado, frente ao Santa Clara. O lateral sueco levou algum tempo a encontrar o seu espaço, mas isso não impediu o Benfica de se recolocar em vantagem, depois de Aursnes ter sofrido uma falta na área. Pavlidis cobrou e marcou a grande penalidade.
A vitória ainda pareceu uma realidade quando novo penálti foi assinalado a favor das águias, já nos descontos, mas este foi riscado após recurso ao VAR. Seguiram-se instantes de sofrimento maior, até que o apito final suscitou nova reação forte nas bancadas. O Benfica segue em frente!