Após a publicação de um estudo sobre a atividade económico-financeira do Benfica, patrocinado por um grupo de adeptos do clube, a direção liderada por Rui Costa emitiu um comunicado a rebater as conclusões do trabalho. Agora, esse mesmo conjunto de benfiquistas voltou à carga, considerando que a resposta da direção «tem vários erros e manipulações» e «distorce sem qualquer fundamento a verdade dos factos» apresentados.
Análise com base em dados públicos
O estudo em questão foi elaborado por docentes universitários com experiência na área da gestão do futebol profissional e analisou a evolução das contas do Benfica nos últimos anos, bem como as perspetivas futuras, com base em dados públicos. Segundo o grupo de adeptos, a análise não incidiu sobre a estratégia ou gestão desportiva do clube, mas sim sobre os fatores que levaram a Benfica SAD a acumular prejuízos, apesar das elevadas receitas de vendas de jogadores.
Em resposta ao comunicado da direção, que terá considerado «totalmente falso» que o Benfica esteja em risco económico, o grupo de benfiquistas esclarece que o estudo apenas aponta para o risco de incumprimento das regras de estabilidade financeira da UEFA caso as tendências nas contas públicas se mantenham. Além disso, sublinham que a análise se baseia em dados de uma empresa cotada em Bolsa e devidamente auditada, pelo que questionam a «irresponsabilidade» da direção em gerar dúvidas sobre a robustez desses indicadores.
Desafio a um debate público
Perante esta situação, o grupo de adeptos desafia agora a atual direção do Benfica a participar «num debate público com o professor doutor João Duarte, autor da análise publicada, e um responsável financeiro do clube como forma de esclarecimento». Consideram que «quem não deve não teme» e apelam a que todos os sócios observem e ajuízem as atitudes da direção.
No comunicado, o grupo de benfiquistas solicita ainda que a direção esclareça com verdade os sócios sobre indicadores como o rendimento médio líquido das vendas de jogadores, a percentagem desse rendimento que efetivamente entra nos cofres do clube, o peso dos custos de intermediação nas compras de jogadores e o aumento dos custos operacionais e com pessoal verificado neste mandato.