Cristiano Ronaldo é um fenómeno único no futebol atual, capaz de manter um nível de excelência invulgar mesmo aos 38 anos de idade. De acordo com Henrique Jones, antigo médico da seleção portuguesa, este feito deve-se à enorme dedicação e trabalho extra que o craque madeirense sempre demonstrou ao longo da carreira.
«O Cristiano sempre foi, desde os 17, 18 anos, em que eu comecei a trabalhar com ele e durante o tempo que estive na seleção, um rapaz de trabalho extracampo, ou seja, o trabalho neuromuscular, o trabalho de reforço muscular, o trabalho próprio dessa atividade. Ele sempre foi um indivíduo que trabalhou para além do que é normalmente exigido a um jogador de futebol», afirmou Jones.
A alimentação e os cuidados especiais
Para além deste trabalho físico extra, Ronaldo é também «superpreocupado com a sua alimentação, com os fatores de suporte energético, com a suplementação, com tudo aquilo que lhe possa dar bem-estar para praticar o desporto que escolheu». Esta dedicação e profissionalismo exemplares têm permitido ao avançado manter-se no topo do futebol mundial durante mais de duas décadas.
«Eu diria que o Cristiano trabalha sempre um pouco mais para além dos outros. E trabalha sempre, sobretudo, para superar a si próprio. E é por isso que ele continua a manter estes aspetos, estes índices físicos que fazem dele um atleta ímpar e um atleta invulgar nos tempos correntes», explicou o antigo médico.
A adaptação da sua posição em campo
Apesar de ter começado a carreira como extremo, Ronaldo tem vindo a recuar no terreno, mostrando-se «um atleta inteligente» na gestão da sua condição física. «Ele neste momento consegue ter uma gestão do seu comportamento em campo, continuando a ser um atleta de alto rendimento e de utilidade à equipa que representa, mas ao mesmo tempo reconhecendo que já não tem as capacidades físicas que tinha há 10 anos», analisou Jones.
Questionado sobre quando Cristiano Ronaldo poderá terminar a carreira, Henrique Jones afirmou que isso dependerá da «sensação» do jogador sobre a sua utilidade e capacidade de atingir os objetivos. «Enquanto o Cristiano tiver a sensação de que é útil e que consegue cumprir os objetivos neste jogo que é o futebol, eu acho que ele vai continuar», concluiu.