2024: Um ano de turbulência no Benfica
2024 foi um ano desafiante para o Benfica, com mudanças na equipa técnica, contestação à liderança de Rui Costa e questões judiciais que afetaram o clube.
No início da época 2022/23, Roger Schmidt assumiu o comando técnico das águias e implementou um estilo de jogo ofensivo e pressionante, que rapidamente conquistou os adeptos. O Benfica conquistou o campeonato nessa temporada e chegou aos quartos de final da Liga dos Campeões, onde acabou eliminado pelo Inter de Milão.
A segunda época de Roger Schmidt
Com o estatuto de campeão nacional, esperava-se que o Benfica desse continuidade ao bom trabalho na época seguinte. No entanto, a equipa encarnada não conseguiu manter o mesmo nível de jogo. Várias razões foram apontadas para a queda de Roger Schmidt, como a falta de rotatividade do plantel, a dificuldade em adaptar a estratégia tática e a pressão interna e externa sobre o treinador.
A decisão de despedir Roger Schmidt
Apesar da decepcionante época 2023/24, a direção liderada por Rui Costa decidiu inicialmente dar um voto de confiança a Roger Schmidt. Contudo, após quatro jornadas da nova temporada, com resultados aquém do esperado, Rui Costa acabou por tomar a decisão de despedir o treinador alemão.
A chegada de Bruno Lage
Com a saída de Roger Schmidt, o Benfica chamou de volta Bruno Lage para assumir o comando técnico. O treinador português tem conseguido recuperar a equipa a nível emocional e tático, colocando as «peças nos sítios certos» e rentabilizando jogadores como Aursnes e Di María. Lage já leva 16 vitórias, dois empates e duas derrotas, com destaque para a goleada imposta sobre o FC Porto.
A contestação a Rui Costa
Ao longo de 2024, o presidente do Benfica, Rui Costa, foi alvo de muita contestação por parte dos sócios. Nas Assembleias-Gerais, Rui Costa foi confrontado diversas vezes, ouvindo pedidos para a sua demissão. Em julho de 2024, o presidente reconheceu que o desempenho do Benfica ficou aquém das expectativas.
As críticas de Luís Filipe Vieira
Em setembro de 2024, o ex-presidente Luís Filipe Vieira criticou publicamente Rui Costa, questionando a sua liderança e as decisões tomadas à frente do clube. «Não era delfim. Peço desculpa aos benfiquistas porque enganei-me», referiu Vieira sobre o facto de ter apontado Rui Costa como seu sucessor.
Os desafios judiciais
Em 2024, o Benfica enfrentou também desafios no âmbito judicial. Investigações relacionadas com alegadas irregularidades financeiras e contratos desportivos envolveram o clube, resultando em processos que afetaram a imagem institucional.
A investigação do Ministério Público
Em maio de 2024, surgiram notícias sobre uma investigação do Ministério Público (MP) a um alegado esquema de desvio de dinheiro dos cofres do Benfica, através de falsos contratos de intermediação na compra e venda de jogadores. Rui Costa foi apontado como suspeito, juntamente com Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira e Paulo Gonçalves.
A acusação do Ministério Público
Em outubro de 2024, o MP acusou a SAD do Benfica e o ex-presidente Luís Filipe Vieira de corrupção desportiva e fraude fiscal. As acusações referem-se a alegados esquemas de manipulação de resultados entre 2016 e 2019, envolvendo operações fictícias com o V. Setúbal. O MP solicitou a suspensão do Benfica de todas as competições desportivas em caso de condenação.
O caso dos emails
Em 2025, deverá ter início o julgamento do chamado «caso dos emails», depois do Benfica ter confirmado que não vai requerer a fase de instrução neste processo, que avança diretamente para julgamento. A SAD do Benfica, o antigo presidente Luís Filipe Vieira e o ex-assessor jurídico da SAD encarnada Paulo Gonçalves foram acusados de corrupção pelo Ministério Público no âmbito deste caso.
Eleições à vista
Com as próximas eleições no horizonte (em 2025), Rui Costa terá naturalmente que apresentar resultados desportivos e financeiros, se se quiser manter no cargo no próximo mandato.
Conclusão
Em resumo, 2024 foi um ano de desafios para o Benfica, com mudanças na equipa técnica, contestação à liderança de Rui Costa e questões judiciais que impactaram o clube. O Benfica enfrentou turbulências no futebol profissional, com a saída de Roger Schmidt e a chegada de Bruno Lage, além de enfrentar pressão interna e externa sobre a direção do clube.