Recuperação financeira da Liga revelou-se um desafio complexo

  1. Portugal saiu do programa de resgate da Troika em 2015
  2. Entre 2015 e 2022, o PIB português cresceu 44%
  3. Sob mandato de Pedro Proença, os rendimentos da LPFP subiram de €14,7M para €29M
  4. Nos anos da pandemia, a LPFP teve resultado positivo de €2M
  5. Dívida da LPFP aumentou substancialmente com taxas de juro mais altas

Contexto económico favorável não se refletiu inteiramente na Liga


Um dos principais pontos apontados à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e aos mandatos de Pedro Proença (desde 2015) foi a denominada recuperação financeira. Para enquadrar esta evolução, é importante lembrar que 2015 foi precisamente o primeiro ano em que Portugal gerimos o país sem a intervenção da Troika, um período marcado por dificuldades e sacrifícios para que a economia portuguesa desse a volta por cima.

Entre 2015 e setembro de 2022, Portugal passou por um período de taxas de juro negativas, o que significa que todos os financiamentos efetuados neste período representaram um custo muito mais reduzido. Neste mesmo período, o PIB português cresceu 44%, passando de €198.000 M para €287.000 M.

Evolução financeira da Liga


Analisando a evolução da LPFP no mandato de Pedro Proença, pode-se verificar que os rendimentos operacionais passaram de €14,7 M em 2015 para €29 M em 2024, e os gastos de €13,2 M para €28,3 M, respetivamente. Importa referir que nos difíceis anos de Covid (2019/2020 e 2020/2021), a LPFP teve um resultado positivo de aproximadamente €2 M, quando os clubes passaram por enormes dificuldades.

Já no passivo, Pedro Proença deixa um financiamento (dívida) substancialmente superior, numa altura em que as taxas de juro são muito mais altas do que quando chegou à Liga, o que vai acarretar um custo de financiamento muito superior para os próximos exercícios fiscais. Outro ponto importante é que a diferença entre os compromissos da Liga no curto prazo (passivo corrente-ativo corrente) apresentava um défice de dívida de €600.000 em 2015, e no último relatório e contas essa diferença é de €5 M.

Evolução desportiva da Liga


Analisando a LPFP em termos desportivos, a evolução também não foi substancial. Os espetáculos continuam a ser pobres, com a Liga nivelada por baixo. Os quadros competitivos não foram alterados, a maior parte dos estádios estão despidos, e há clubes que não inscrevem jogadores por dívidas a terceiros e continuam a competir no primeiro escalão nacional. A tão abordada união entre clubes só existe nas palavras.

Rui Caeiro, um dos representantes da LPFP, referiu em maio: «Estamos exatamente no ponto em pensámos que deveríamos estar.» A pergunta que se impõe é: qual é o ponto em que deveríamos estar? É importante realçar que este é um dos aspetos de maior importância para a evolução da nossa Liga. Se analisarmos todas as outras ligas onde a centralização entrou em vigor, percebemos que a competitividade aumentou.

Alternativas para a liderança da Liga


Analisando as alternativas para a liderança da LPFP, não há dúvidas de que Reinaldo Teixeira, presidente da Associação de Futebol do Algarve, e Júlio Mendes, ex-presidente do Vitória de Guimarães, representam o que tem sido o futebol português ou o sistema em que entram uns e saem outros e fica tudo na mesma. João Fonseca, gestor, quadro da FIFA e especialista em direitos televisivos, pode ser o wild card de que o futebol português precisa.

Dirigente da nova geração, com know-how e bem referenciado pelo seu trabalho na FIFA, João Fonseca é discreto, não se autoelogia nem faz propaganda de si mesmo. É respeitado e reconhecido internamente e externamente, nas instâncias do futebol, mas também do poder político. Tem experiência e conhecimentos na negociação de direitos de TV e está por dentro da evolução da indústria do desporto, em geral, e do futebol, em particular. Conhece bem a realidade portuguesa e dos clubes portugueses. Numa Liga que vai enfrentar os seus maiores desafios da história, será necessário escolher com critério.

Se João Fonseca decidir ser candidato, é porque tem a convicção de que pode fazer diferente e melhor. Sendo uma pessoa metódica, já deverá ter o seu programa e a sua equipa, até porque tem a noção de que nada se faz sozinho e que o trabalho em equipa é fundamental. Por fim, tem um ponto que o difere dos que estão associados ao sistema: não pretende ter um cargo para ser reconhecido, até porque já tem um lugar de destaque na FIFA e no Conselho Nacional do Desporto. A sua valorização e ambição serão sempre o resultado do trabalho que vier a realizar e que lhe for reconhecido.

Candidatura de Nuno Lobo promete apoio ao futebol profissional português

  1. Criação de um Fundo de Emergência de Apoio ao Futebol Profissional no valor de 15 milhões de euros
  2. Alocação de 35 milhões de euros para melhorar infraestruturas desportivas e centros de treino
  3. Aumento da percentagem das verbas das apostas desportivas destinadas ao futebol profissional de 25% para 50%

Gil Vicente prepara receção ao líder Sporting

  1. Ingressos para receção ao líder Sporting a esgotar rapidamente
  2. Gil Vicente enfrenta apenas Sporting e Arouca antes da janela de transferências de janeiro
  3. Diego Collado pode sair por empréstimo para o Eldense, da 2ª divisão de Espanha
  4. Marlon Douglas regressa após época de empréstimo ao Guarani, do Brasil

Sporting punido pela UEFA por incidentes com adeptos

  1. O Sporting não vai poder contar com o apoio dos seus adeptos na deslocação a Leipzig, no próximo jogo da Liga dos Campeões
  2. A equipa de Alvalade foi condenada pela UEFA após arremesso de objetos e uso de artefactos pirotécnicos no jogo com o Club Brugge
  3. O clube terá de pagar uma multa de 20 mil euros e fica com pena suspensa por 2 anos
  4. Setores da Juventude Leonina e Directivo Ultras XXI em Alvalade também foram interditos