Discurso honesto e aproximação aos adeptos
Há seis meses, André Villas-Boas foi eleito presidente do FC Porto, sucedendo a Pinto da Costa, que esteve no cargo durante 42 anos. Muita coisa mudou no Dragão desde então, mas nem tudo tem sido fácil para o novo líder.
Villas-Boas começou o mandato com um discurso honesto, expondo as dificuldades financeiras do clube e mostrando-se determinado em mudar o paradigma que marcou o universo azul e branco durante décadas. O novo presidente procurou aproximar-se dos adeptos, chegando mesmo a festejar a vitória nas eleições com os sócios, vestindo o equipamento do clube.
Bons resultados iniciais e primeiras derrotas
No início da época, a equipa portista conseguiu bons resultados, vencendo a Supertaça e protagonizando uma inesquecível reviravolta de 0-3 para 4-3 diante do campeão Sporting. Vítor Bruno, o treinador escolhido para suceder ao muito querido Sérgio Conceição, parecia justificar a aposta de risco de Villas-Boas.
No entanto, as primeiras derrotas no campeonato, logo diante de Sporting e Benfica, e a fraca participação na Liga Europa, começaram a gerar descontentamento entre os adeptos. Muitos passaram a questionar a aposta em Vítor Bruno.
Confrontos com adeptos e polémicas
Tudo se precipitou a 24 de novembro, com a eliminação da Taça de Portugal diante do Moreirense. O ambiente no Dragão era de «cortar à faca», com os adeptos à espera da equipa. Villas-Boas, acompanhado pelo braço-direito Jorge Costa, decidiu então enfrentar os enfurecidos dragões e ir dar-lhes explicações, mais uma vez assumindo um papel de «presidente-adepto».
Mais recentemente, novo episódio polémico aconteceu no jogo com o Estrela da Amadora. Apesar de ter vencido o jogo no Dragão, Villas-Boas deixou a tribuna e desceu ao relvado para pedir contas aos adversários. «Villas-Boas não terá gostado do comportamento do adversário e decidiu mostrar quem manda na casa, dando um péssimo exemplo. Ofensas e empurrões nos túneis, não, obrigado. Já nos chega o que se passou durante anos. No Dragão e noutros estádios», criticou um dirigente do Estrela da Amadora.