Assistências em queda no Dragão
O Estádio do Dragão tem funcionado como fortaleza impenetrável para o FC Porto. Em onze jogos em casa (ainda que um tenha sido em casa emprestada, o Municipal de Aveiro), os azuis e brancos venceram 10 e empataram um, contra o Man. United, e somaram por vitórias os sete encontros disputados na Liga.
Contudo, há uma realidade que não combina com este registo dominador e tem a ver com a progressiva diminuição de assistências nos últimos quatro jogos da Liga e Liga Europa, que ganhou ainda mais expressão com o Casa Pia (32.810 espetadores) e Midtjylland (32.619). Antes destes compromissos, as receções ao Hoffenheim e Estoril não chegaram às 40 mil almas.
Razões para a queda de assistências
Há várias explicações para este fenómeno. Segundo o artigo, os «horários e dias dos jogos, a época festiva que desvia os adeptos para outras atividades e o frio que torna a presença no estádio menos confortável» são algumas das razões. Mas o problema tem também «uma raiz desportiva».
Como explica o texto, «o Casa Pia foi a uma segunda-feira à noite (20h45) e assinalava a reunião da equipa com os seus adeptos depois de um mês a jogar longe de casa. Foi justamente nesse ciclo que a equipa derrapou, com três derrotas consecutivas e um empate.»
A receção ao Midtjylland «chamou menos gente, ainda que por diferença mínima». Neste caso, «Não sendo a Liga Europa tão apelativa como a Champions, importa dizer que o recorde de assistências aconteceu com o Man. United (49.211) e que nos primeiros seis jogos o Dragão recebeu sempre acima de 43 mil espetadores».
Época com maior número de associados
Numa época em que «nunca se venderam tantas cadeiras anuais e o número de associados, de acordo com recente declaração de André Villas-Boas, ultrapassou a fasquia dos 140 mil, seria de esperar que essa adesão mitigasse a frustração de uma fatia de adeptos descontente com as exibições da equipa que decidiu não ir ao estádio».
Dragão ainda com segunda melhor taxa de ocupação
Falando apenas do campeonato, o Dragão, «sem ter recebido nenhum clássico, já que defrontou Sporting e Benfica em casa dos rivais, continua a ter a segunda melhor taxa de ocupação, com uma média de 43.113 espetadores (86,7%) e um acumulado de 301.790 pessoas. Números só suplantados pelo Benfica (59.810/93%/ 418.668)».
Apesar disso, a equipa e Vítor Bruno «sentem que há um trabalho de reconciliação a fazer», depois de «assobios, impaciência e a contestação, sobretudo fora de casa, mas também no Dragão, [que] criou uma certa erosão». Contudo, «o facto é que uma palavra de gratidão ao adepto nunca deixou de constar tanto do discurso do treinador como dos jogadores».
A «mensagem dentro do grupo é clara: o apoio dos portistas é fundamental e insubstituível. O plantel quer voltar a sentir o calor humano e a energia única do Dragão, com lotações esgotadas e um ambiente vibrante que motive jogadores e adeptos e recuperar essa ligação especial entre a equipa e os seus seguidores, porque, no final, o futebol vive e respira graças aos adeptos».