Benfica consolida recuperação na Liga dos Campeões
O Benfica acordou esta quinta-feira em Mónaco com o sentimento de dever cumprido após a importante vitória por 3-2 sobre a equipa da casa, na 5ª jornada da Liga dos Campeões. Jogadores, equipa técnica e estrutura do futebol profissional retomaram as rotinas do protocolo pós-jogo europeu e já começaram a preparar o próximo desafio, o jogo fora com o Arouca, da 12ª jornada do campeonato.
O descanso de uma noite bem dormida serviu para aplacar as fortes emoções vividas durante uma vitória que alimenta o bom momento da equipa de Bruno Lage. A preocupação agora é prolongar esse bom momento, mas desta visita a Monte Carlo sobram efeitos práticos e intangíveis significativos.
Qualificação para os oitavos de final mais perto
O Benfica relançou-se na corrida pelo apuramento para a próxima fase da Liga dos Campeões depois de duas derrotas, com Feyenoord e Bayern, que ameaçaram o processo de recuperação em curso da temporada, após a substituição de Roger Schmidt por Bruno Lage. Com esta vitória sobre o Mónaco, e com os jogos que faltam contra Bolonha, Barcelona e Juventus, a qualificação para os oitavos de final da prova ficou mais perto de ser alcançada.
Vitória de alto nível
O Mónaco não é uma equipa de primeira linha do futebol europeu, mas está num bom momento, com vitórias sobre Barcelona, Estrela Vermelha e Bolonha, além de um empate com o Dínamo Zagreb, e ocupa o segundo lugar do campeonato francês. Daí que esta vitória dos encarnados, mesmo sem ser sublime no plano do jogo, tenha direito a entrar na galeria das melhores vitórias do Benfica neste palco europeu nos últimos anos, como os triunfos sobre Atlético de Madrid, Salzburgo, Juventus, Barcelona e Ajax.
Festa no final da partida
A vitória teve, então, esse efeito desportivo decisivo para o Benfica prosseguir bem encaminhado na principal prova europeia e, ainda menos menosprezável, um efeito emocional tremendo. A reação de jogadores e adeptos, no final, é a melhor prova disso. Todos sentiram o significado do triunfo, festejou-se muito e, como raras vezes, sem o total controlo emocional. Neste caso positivamente. Nunca visto esta época, Lage chamou os jogadores para uma roda no centro do relvado depois de todos terem recuperado do choque físico e mental de 90 minutos da mais elevada intensidade — alguns deixaram-se cair pelo relvado, outros abraçaram-se efusivamente, outros libertaram sozinhos a pressão gritando.
Confiem, c...! Confiem, que a gente precisa de todos! Hoje foram os gajos do banco que vieram ganhar isto! Estamos a fazer uma época do c...! Demonstração de força! Vamos embora com tudo!, pode ouvir-se o treinador dizer, na linguagem própria do balneário fechado a sete chaves, aos jogadores, confortando-lhes o ego, convocando-os para as batalhas do futuro, juntando-os num objetivo comum.
Ainda há muito por melhorar
Algumas horas depois também prevalece a ideia de que a vitória sobre o Mónaco foi imperfeita e que, também por isso, foi boa. Ainda há muito por melhorar, coletiva e individualmente, mas os 90 minutos com o Mónaco mostraram uma equipa capaz de superar obstáculos e lidar com contrariedades, de recuperar quando tudo se encaminhava para estar perdido.
A vitória reforça a ideia de que todos contam — Arthur Cabral e Amdouni entraram na segunda parte e marcaram, Leandro Barreiro voltou para dar uma ajuda importante. E deixa claro, se ainda fosse preciso, como Di María está um nível acima.
O que fica do Mónaco, resumiu de forma simples alguém com a máxima responsabilidade, é mesmo uma vitória importantíssima e de nível. Uma vitória que todos, no clube, gostam de descrever como vitória à Benfica. E que ninguém, no Benfica, quer que se esgote naqueles 90 minutos no miniestádio da Luz.