Análise da derrota do FC Porto perante o Benfica por Luís Gonçalves

  1. Luís Gonçalves, com vários anos de experiência nos escalões de formação, nomeadamente no Sporting, FC Porto, Belenenses e Estoril, esteve presente no Estádio da Luz no último domingo para assistir ao clássico entre Benfica e FC Porto
  2. O Benfica venceu com todo o mérito, fez uma ótima segunda parte, pressionou como um todo
  3. O FC Porto cometeu alguns erros defensivos, sofreu golos... O que, na minha opinião explica o resultado, foi que o meio-campo do Benfica superiorizou-se ao meio-campo do FC Porto
  4. O terceiro golo do Benfica nasceu de uma perda de bola do FC Porto que deu uma transição rápida, com Aursnes a isolar o Di Maria

Análise da derrota do FC Porto


Luís Gonçalves, com vários anos de experiência nos escalões de formação, nomeadamente no Sporting, FC Porto, Belenenses e Estoril, esteve presente no Estádio da Luz no último domingo para assistir ao clássico entre Benfica e FC Porto, que terminou com a vitória dos encarnados por 4-1.

Em conversa com o SAPO Desporto, o técnico de 52 anos começou por afirmar que «não é de opinião que tenha faltado ADN Porto» na derrota da equipa treinada por Vítor Bruno. «Até acho que o resultado foi um pouco desajustado. O Benfica venceu com todo o mérito, fez uma ótima segunda parte, pressionou como um todo. O FC Porto cometeu alguns erros defensivos, sofreu golos... O que, na minha opinião explica o resultado, foi que o meio-campo do Benfica superiorizou-se ao meio-campo do FC Porto», analisou.

Erros individuais e transições rápidas do Benfica


Gonçalves destacou ainda «os erros individuais que custaram algumas situações» de perigo junto da baliza do FC Porto, como foi o caso do «terceiro golo do Benfica» que «nasce uma perda de bola [do FC Porto] que dá uma transição rápida, com Aursnes a isolar o Di Maria».

Apesar da derrota, o antigo treinador do Inter de Luanda considera que esta «pesa um pouquinho e causa indignação na nação portista mais por causa dos números», numa equipa que, no início da época, «entusiasmou, com jogos muito bem conseguidos, com um futebol de muita qualidade, com muita qualidade na juventude» dos seus jogadores.

Resultados com os rivais


«Se formos analisar os resultados com mais frieza, o FC Porto só perdeu com os seus adversários diretos, os rivais [na luta pelos títulos]», lembrou Luís Gonçalves, referindo-se às derrotas com Sporting e Benfica.

Procura de estabilidade no FC Porto


Num ano de grande transformação no Dragão, com mudanças na estrutura técnica, diretiva e em todos os departamentos, Gonçalves vê o FC Porto «ainda à procura de estabilidade», numa equipa com «jogadores de muita qualidade, como por exemplo o Samu, uma excelente contratação, o que demonstra uma grande visão do scouting portista». O técnico destacou também Fábio Vieira, «ainda a procura da sua melhor forma», e Nico González, que «já jogou num meio-campo a dois e a três, já jogou com Eustáquio, com Varela, com Vasco Sousa, já jogou no vértice mais recuado do meio-campo, já jogou um pouco mais a frente».

Posição de Fábio Vieira


Sobre a melhor posição para Fábio Vieira, Luís Gonçalves considera que o médio «pode jogar na ala. É um médio, jogador do último passe, que desbloqueia situações, faz jogo interior e jogo exterior. Mas depende sempre do jogo, da estratégia, do momento. Frente ao Benfica fez duas posições, começou por fora mas depois jogou mais por dentro».

Apesar de considerar que «o meio-campo ainda não esteja estabilizado» e que «Vítor Bruno ainda esteja à procura da melhor solução», Gonçalves não concorda quando dizem que faltou «ADN Porto» na equipa. «Vi um jogo muito bem disputado, o Benfica obviamente superior, mas o FC Porto conseguiu chegar várias vezes à baliza do Benfica. Houve um momento a seguir ao 2-1 que o FC Porto não conseguiu reagir tanto e o Benfica aproveitou, embalado também pela questão emocional... a jogar em casa perante o seu público, estádio cheio, queria dar uma resposta após o jogo menos conseguido em Munique, e tudo isto joga», concluiu.

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